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Estado propõe mudança no modelo de atendimento do Samu

Intenção do governo estadual é centralizar todas as ligações em Florianópolis para cortas gastos

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O governo do estado estuda centralizar todas as ligações do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em uma única Central de Regulação localizada em Florianópolis. A proposta foi apresentada pelo secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing, em encontro com os secretários municipais de Saúde, em Laguna, no Sul do estado, na última semana.

Hoje, o Samu funciona com oito centrais regionais que atendem as ligações de todos os municípios catarinenses. No caso de Brusque, a Central de Regulação de Blumenau é que atende as ligações para o 192 e repassa para a equipe que fica na cidade. Com a mudança, todos estas regionais seriam agrupadas em uma só, mas não haveria redução na estrutura de ambulâncias ou equipes de atendimento, segundo Kleinübing.

O secretário defende a proposta apresentada pela Secretaria de Estado da Saúde de reduzir o número de centrais. “Hoje o Samu tem 125 unidades em Santa Catarina que são comandadas por oito centrais telefônicas. A proposta é centralizarmos em uma única central. Com isso, se tem o ganho operacional e também a otimização dos recursos para poder aplicar em outras áreas”, diz.

Segundo ele, se a nova proposta entrar em vigor, a economia do estado com o Samu pode chegar a R$ 18 milhões. “Esse dinheiro pode ser aplicado em outras ações, como por exemplo, o mutirão de cirurgias. Este ano, o mutirão deve custar para o estado R$ 25 milhões, e com a centralização do Samu, faremos uma economia que equivale a quase todo o gasto do mutirão previsto em nosso orçamento. É importante deixar claro que não vamos diminuir o número de ambulâncias e o número de atendimento do Samu”.

Proposta é recebida com cautela

Vinicius Ornel, coordenador do Samu de Brusque, recebe a proposta do governo do estado com ceticismo. “Já funcionamos com a Central de Regulação em Blumenau. Não tenho fundamento científico, mas acho que vai piorar o atendimento”, afirma. Ele destaca que não basta o governo simplesmente centralizar tudo na capital, será necessário aumentar o número de profissionais no atendimento, sob o risco de precarizar o serviço, caso isso não ocorra.

A comunicação entre a regulação em Blumenau – até pouco tempo Brusque era atendida por Balneário Camboriú – e a equipe no município ocorre a contento, conforme o coordenador. Segundo Ornel, em cerca de 70% do território o rádio funciona perfeitamente, enquanto que nos outros é preciso apelar para o celular.

A diferença entre um regulador local na cidade de origem da chamada e um que está em outro município é o conhecimento da geografia, explica Ornel. Sem saber os pontos de referência e as localidades, os reguladores do Samu fazem mais perguntas para repassar às equipes, o que pode atrasar os atendimentos. O coordenador do serviço, contudo, diz que esta parte é importante para que os socorristas possam encontrar com mais facilidade o local da ocorrência.

A secretária de Saúde de Brusque, Ivonir Zanatta Webster, a Crespa, que fazia parte do governo estadual até o início do ano, acredita que a medida não terá tanto impacto em Brusque. “Para nós não tem problema, por estamos perto de Florianópolis. A minha preocupação é se der uma pane em Florianópolis”, afirma.

Crespa diz que a proposta que foi apresentada por Kleinübing será discutida em encontro a ser realizado com outros secretários de Saúde e também com os profissionais do Samu. A ideia é fazer o levantamento de prós e contras e repassar à Secretaria de Estado da Saúde.

Estrutura da equipe do Samu em Brusque
8 profissionais em atividade
2 estão afastados do trabalho
1 ambulância em funcionamento
1 ambulância na oficina para conserto