Estágios diferentes da pandemia ao redor do mundo refletem na economia brusquense

Alguns países retomam atividades, mas logística ainda é um problema a ser resolvido

Estágios diferentes da pandemia ao redor do mundo refletem na economia brusquense

Alguns países retomam atividades, mas logística ainda é um problema a ser resolvido

A China foi o epicentro inicial da pandemia de Covid-19, mas neste momento já está com a economia se recuperando, enquanto a atividade econômica de outros países ainda está em momento complicado por causa das medidas de isolamento. A região de Brusque tem empresas com relações próximas com o país asiático, e está inserida no contexto da economia globalizada, em alterações econômicas mundiais refletem em todos os lugares.

Gerente comercial da ES Logistics, Lisandro Dueno diz que a China já está com quase 100% de suas empresas trabalhando de forma normal. O problema no momento para as exportações e relações econômicas entre países são as limitações logísticas ainda existentes, já que a circulação de pessoas pelo globo ainda está longe de estar restabelecida.

“As Américas têm muitas limitações ainda. Companhias aéreas dos Estados Unidos não estão com voos indo para a China, eles ainda têm limitações logísticas. Os chineses já estão com a economia basicamente em andamento, a Europa está voltando, aqui estamos com limitações. Só que os serviços de logística em si continuam com os mesmos problemas”, explica.

A ES fez um levantamento analisando a situação de alguns países em relação à retomada da economia, classificando com a cor vermelha países mais distantes da normalidade, como Estados Unidos e Índia, e como amarelo países mais próximos da normalidade, como Itália e Alemanha. Para a ES, a China estaria na faixa alaranjada, já que serviços logísticos ainda enfrentam alguns problemas.

Na avaliação da empresa, o Brasil está classificado como vermelho neste momento. Isto porque alguns segmentos da indústria ainda estão em situação delicada em virtude da dificuldade de importação. Outro fato é que, por causa de medidas de segurança em relação à Covid-19, algumas empresas estão operando com capacidade bem reduzida de produção.

“Nossa indústria ainda está muito limitada, com muita gente trabalhando em casa. Alguns setores já estão se recuperando, embora todos sentiram o desaquecimento da economia. O faturamento começou a voltar, mas as empresas tiveram que se reinventar”.

Um dos setores que sentiu menos os impactos da pandemia foi o agronegócio catarinense, que aumentou seu volume de exportações para a China durante este período de pandemia.

A presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Rita Conti, diz que o mercado chinês está sendo positivo para Santa Catarina em geral, mas que o setor têxtil ainda tem grande preocupação e foi o que mais teve problemas de faturamento.

“Com o aumento do dólar, que chegou a mais de R$ 5, ficou caro trazer produtos de fora. Como a China retomou antes a economia e eles são muito agressivos em termos de produção, temos uma preocupação a nível nacional de não ter problemas ofertas de vestuários de lá para cá com dólar mais baixo, porque isto pode causar uma avalanche de produtos vindos de lá com preço muito menor”.

Neste sentido, ela aponta para que, principalmente neste tempo difícil da economia, aconteça uma priorização do produto nacional.

“Temos este posicionamento de valorização do comércio e da indústria local. O consumidor precisa se conscientizar que, quando ele compra muitas coisas importadas, está diminuindo o número de postos de emprego daqui, principalmente neste momento, quando a pandemia está aqui, que nós estamos bastante fragilizados”.

Apesar disto, ela destaca que os empresários têm que utilizar esse momento da melhor forma possível, traçando estratégias para utilizar essa fluidez do mercado para ter vantagens competitivas.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Malharia e Tinturaria de Brusque (Sifitec), Marcus Schlosser, reforça a necessidade das empresas de se adaptarem a esse novo momento da economia mundial.

“Deixamos de produzir por falta de demanda, e o setor de vestuário é um dos mais atingido neste cenário. Nosso setor vai ter que se adaptar dentro desse contexto geral”.

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