Estatísticas de “testes rápidos” de Influenza A não são consideradas oficiais
Coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Brusque recomenda relatórios oficiais para que população evite boatos
A quatro dias do Dia D da campanha de vacinação contra Influenza, Brusque teve confirmado o seu primeiro caso da doença em 2018: uma criança de nove anos, moradora do município, foi diagnosticada em Florianópolis nesta terça-feira, 8. A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Brusque, Natália Marchi, afirma que havia uma outra suspeita no início de abril, prontamente descartada, e recomenda os dados oficiais do estado para que a população não crie alarde com boatos e fake news.
O informe epidemiológico 05/2018 da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, publicado em 2 de maio, já apontava o caso confirmado. No entanto, a subtipagem – identificação do subtipo do vírus – só foi concretizada nesta semana. Trata-se de Influenza A, do vírus H3N2. A vacina que circula nas campanhas pelo Brasil dá proteção contra este subtipo.
Boatos que circulam na internet chegaram a apontar de dois a quatro casos confirmados no município, mas são desmentidos pelos relatórios oficiais. Por enquanto, oficialmente, há apenas um caso registrado. Os dados oficiais são divulgados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, através de boletim específico.
São consideradas oficiais as suspeitas quando o hospital realiza a notificação e o plantão realiza a coleta do material e envia para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) de Florianópolis. Diante do laudo emitido pelo órgão, a suspeita é descartada ou confirmada, sendo descrita com tipagem (influenza A, B ou C) e subtipo (H1N1 ou H3N2, por exemplo).
Em Blumenau, brusquenses fazem o chamado “teste rápido” no Hospital do Pulmão. Outros testes do tipo têm sido realizados também nas redes particulares de saúde. Entretanto, o estado não trabalha nem responde por estes dados. “Não estou dizendo que o teste não funcione, mas para nós, em termos oficiais, não procede”, explica Natália. A Vigilância Epidemiológica aguarda um posicionamento do governo do estado sobre como tratar os resultados de testes rápidos.
Estatísticas
De acordo com os dados da Dive publicados em 2 de maio, houve 232 casos suspeitos de síndrome respiratória aguda gripal (SRAG) em Santa Catarina em 2018. Destes, 35 foram confirmados como Influenza, sendo 14 pelo vírus H1N1 e 13 pelo H3N2, justamente os vírus combatidos pela atual campanha de vacinação. Enquanto isso, quatro casos casos aguardam identificação do subtipo de vírus da Influenza.
Um destes 35 casos confirmados como Influenza é o de Brusque, conforme o boletim da Dive. Trata-se de Influenza A, do subtipo H2N3. Entretanto, Natália desmente o relatório com os números levantados pela Vigilância Epidemiológica brusquense. Houve apenas duas suspeitas, ambas descartadas.
Outros 136 casos suspeitos (58,6%) tiveram resultado negativo para Influenza A e B (sem especificação de SRAG), 32 (13,8%) foram causados por outros vírus respiratórios e 29 (12,5%) ainda estão sob investigação. As informações completas do relatório de 2 de maio, o mais recente até o fechamento desta matéria, podem ser consultadas neste link: goo.gl/JZDYnt. Outras publicações e informações oficiais sobre doença estão disponíveis no site goo.gl/XABAov.
O caso confirmado
O primeiro caso confirmado de Influenza A em 2018 no município de Brusque é de uma criança de nove anos. De acordo com a Vigilãncia Epidemiológica, ela havia ido para Florianópolis realizar um exame de fígado, devido a comorbidades (doenças simultâneas que se potencializam entre si) que já possuía. “Neste período em que ela esteve em Florianópolis para internação e biópsia do fígado, apresentou sinais e sintomas de gripe, e o caso foi confirmado”, explica Natália.
Dia D
A maior mobilização no combate à doença deverá acontecer neste sábado, 12, no Dia D da Campanha de Vacinação contra Influenza, em todas as Unidades Básicas de Saúde de Brusque.
Para receber a imunização é necessário levar cartão do SUS, documento de identificação e carteira de vacinação. Professores, que também fazem parte dos grupos prioritários, devem apresentar uma declaração da instituição em que atuam para confirmar o exercício da profissão.
O público-alvo da campanha é composto por crianças de seis meses a menores de cinco anos, gestantes, puérperas (mulheres em fase pós-parto) até 45 dias, trabalhadores da saúde, povos indígenas, pessoas com mais de 60 anos, professores, portadores de doenças crônicas, população privada da liberdade e funcionários do sistema prisional.
Crianças menores de dois anos levam duas doses. A meta do município é vacinar 29.028 pessoas em 2018, num total de 90% do público-alvo. A vacina imuniza contra Influenza A (H1N1, H3N2) e B.
Prevenção
– Higienizar as mãos frequentemente
– Manter ambientes ventilados
– Evitar ambientes com aglomeração e contato com pessoas com sintomas da gripe