Estudante de Brusque representará o Brasil em olimpíada internacional de astronomia

Aluna do IFC, Gabriela passou por diversas fases até garantir a classificação para IOAA

Estudante de Brusque representará o Brasil em olimpíada internacional de astronomia

Aluna do IFC, Gabriela passou por diversas fases até garantir a classificação para IOAA

Gabriela Martins dos Santos, de 16 anos, é aluna do Instituto Federal Catarinense (IFC) de Brusque. Ela foi selecionada para representar o Brasil na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA), após passar por inúmeras fases classificatórias.

O evento, que ocorre desde 2007, reúne alunos do Ensino Médio, que formam as delegações dos países participantes. Gabriela é a primeira moradora de Brusque a participar da olimpíada.

“A Gabriela é entusiasta da ciência. Ela possui elevadas habilidades matemáticas e tem muita facilidade de expressão e comunicação”, afirma Tiago Alves, professor de Física do IFC.

O processo que levou Gabriela a se classificar para o evento se iniciou na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), que é a primeira fase de seleção. Depois, foram três provas on-line de múltipla escolha sobre assuntos mais avançados.

Os estudantes passavam para as próximas fases conforme o desempenho. Na seleção seguinte, em média 150 alunos teriam que ir até Barra do Piraí (RJ) para realizar mais provas.

Porém, Gabriela explica que, nesta fase, já não se tratava apenas de provas teóricas, mas, também, de observar o céu e reconhecer estrelas, constelações, galáxias, entre outros. No entanto, por causa do avanço da pandemia, esta parte do processo seletivo foi realizada de maneira on-line.

Na última parte do processo, considerada por Gabriela como a mais difícil, 40 alunos teriam que ir para Vinhedo (SP) para participar de um treinamento, com aulas de astronomia com professores universitários e aprender a usar telescópios. Neste ano, esta parte também ocorreu de forma virtual.

Foi realizado ainda duas provas teóricas, uma de análise de dados – com construção de gráficos -, uma de carta celeste, que consistia em receber um “mapa” do céu e tirar informações do material, e uma prova de planetário, com reconhecimento de estrelas, constelações e galáxias.

Entre os dez

Entre 40 alunos, os dez estudantes com melhor desempenho estariam com vaga garantida na IOAA, que foi o caso de Gabriela. Os que ficassem entre 11° e 15° na classificação garantiriam a vaga para a Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), com alunos de países latino-americanos.

A olimpíada em que a aluna do IFC participará acontecerá durante os dias 14 e 21 de novembro. A cidade-sede é Bogotá, na Colômbia. No entanto, neste ano, também por causa da pandemia, delegações dos países devem se reunir em algum município no próprio país e disputar de maneira on-line. Ano passado o evento também seria realizado em Bogotá, mas foi cancelado em virtude do avanço da Covid-19 no mundo.

“Em uma situação normal, os países iriam se encontrar na Colômbia para realizar as provas, com vigias. Por causa das restrições de viagens, cada equipe irá se juntar para realizar as provas dentro do próprio país. Alguns professores serão responsáveis por organizar os participantes e aplicar as provas”, esclarece Gabriela.

Vaga garantida

Gabriela recebeu o resultado de que estava classificada para disputar a olimpíada internacional no dia 28 de agosto. “Já tínhamos uma noção, pois as notas de todo mundo são divulgadas e dava pra se ter uma ideia [se estaria classificada]. Mas, mesmo assim, eu fiquei muito feliz quando saiu o resultado”, afirma.

A aluna do IFC diz que, pelo fato da pandemia influenciar no deslocamento para outros estados no processo classificatório, estudantes estavam espalhados pelo país e não tiveram limitação para participar das fases que antecederam a disputa pela vaga na olimpíada internacional.

Esta é a primeira vez que uma estudante de Brusque disputará a IOAA. Geralmente, delegações brasileiras são representadas por alunos do estado de São Paulo. “É bem complicado essa questão de olimpíadas científicas, porque os bons resultados, geralmente, são concentrados em algumas poucas escolas de São Paulo”, diz.

Ainda não se sabe em qual município os estudantes que representarão o Brasil se reunirão para disputa da olimpíada.

Incentivo, preparação e expectativa

Gabriela comentou sobre a preparação para o evento e disse que o incentivo por parte de seus professores de Física foi fundamental para passar por todas as fases do processo.

“Sei que será bem difícil, então estou me preparando o melhor possível para representar o Brasil, que tem um histórico realmente muito bom nesta competição. Fora do lado acadêmico, terei a oportunidade de interagir com os participantes dos outros países e com a minha equipe, o que também me deixa bem animada”, diz.

Para o diretor-geral do IFC de Brusque, Eder Aparecido de Carvalho, a participação da aluna em um evento de nível internacional é motivo de orgulho para a instituição no município.

“É um orgulho para o IFC ter uma de suas alunas participando da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica. Esta representa não apenas o IFC, mas uma geração de jovens promissores catarinenses. Experiência acadêmico-científica imensurável e que, não só abre portas, mas incentiva os demais estudantes de Brusque e região”, afirma o diretor.

Professor de Física de Gabriela e representante da OBA no IFC de Brusque, Marcos João Correia também falou sobre a conquista da estudante. “A Gabriela é uma aluna que nos enche de orgulho, pois ela representa a dedicação e o trabalho de cada profissional da educação que aqui trabalha. Além disso, nossa aluna reflete a qualidade do ensino público e gratuito dos inúmeros IFs espalhados pelo Brasil”, elogia.

Brasil na IOAA

A Olímpiada Internacional de Astronomia e Astrofísica está vinculada às Olimpíadas Internacionais de Ciências. Na competição, o Brasil possui 12 medalhas de prata, 24 de bronze e 26 menções honrosas. No entanto, o país ainda não conquistou a medalha de ouro.

Desde a criação da olimpíada, o Brasil participou de todas as edições e, com bons resultados, a equipe brasileira foi destaque na imprensa nacional. Um dos nomes mais conhecidos que já representou o Brasil na competição é o de Tábata Amaral, astrofísica formada na Universidade Harvard e atual deputada federal por São Paulo.

Em 2014, o Brasil conquistou a medalha de prata na prova de equipes, em que estudantes tiveram que calcular a rota de um asteroide em direção à Terra.


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