Estudantes de Brusque e Guabiruba participam de intercâmbio na Alemanha
Onze alunos embarcaram no domingo, 10, e farão viagem cultural de dez dias de duração
Onze alunos embarcaram no domingo, 10, e farão viagem cultural de dez dias de duração
Estudantes de Brusque e Guabiruba farão parte de um intercâmbio cultural com as cidades parceiras dos municípios, a micro-região de Karlsruhe e a cidade de Karlsdorf, na Alemanha. Os onze selecionados embarcaram no domingo, 10, para um intercâmbio cultural de dez dias de duração, no qual visitam escolas, indústrias e conhecem mais sobre a cultura do país.
A programação da viagem é organizada pelos parceiros alemães que, em novembro, enviarão estudantes de lá para a região. Eles também ficarão dez dias em Brusque e Guabiruba, hospedados nas casas dos alunos que farão o intercâmbio neste mês de junho. Aí, a organização dos passeios culturais fica por conta dos municípios.
Em Brusque, o projeto piloto foi iniciado em 2012, com o objetivo de manter a relação com a cidade irmã de Karlsruhe. “Não é tanto pelo idioma, mas pela cultura, e um incentivo para os jovens”, explica Thiago Alessandro Spiess, professor de inglês e diretor da Escola de Ensino Fundamental Doutor Carlos Moritz, que coordena os intercâmbios de Brusque. Em 2014, Guabiruba passou a integrar o projeto, e as duas prefeituras começaram a dividir os custos.
Neste ano, foram disponibilizadas 11 vagas de intercâmbio, distribuídas entre a Prefeitura de Brusque (4 vagas), Prefeitura de Guabiruba (4 vagas) e Colégio Amplo/Unifebe (3 vagas).
Cada uma das entidades possui sua forma de seleção e preparação dos estudantes. Guabiruba, por exemplo, solicita uma redação com o tema “Por que devo ir para a Alemanha?” como ficha de inscrição, e realiza uma prova de proficiência do idioma, que pode ser inglês ou alemão. Dentre os inscritos, são selecionados aqueles que apresentam as melhores notas.
Os governos municipais de Brusque e Guabiruba são responsáveis pelas passagens aéreas dos estudantes, que devem arcar com os custos dos documentos pessoais, como passaporte e seguro-saúde. Na Alemanha, as despesas de hospedagem e alimentação ficam por conta da host family, família que recebe os estudantes em casa.
A superintendente da Fundação Cultural de Guabiruba, Jucilene Regina Schmidt, é a responsável pela organização dos intercâmbios no município. Segundo ela, 2018 foi o ano com o maior número de inscritos: foram 15 adolescentes que prestaram a prova para tentar as quatro vagas oferecidas. “Todos passaram, foram décimos que fizeram a diferença”, diz.
Para Jucilene, o que se tira de melhor da experiência cultural do intercâmbio é a troca de carinho entre os alunos e as famílias: “Esse contato e o carinho acabam fazendo com que eles criem outra família lá na Alemanha, e isso gera muitas oportunidades para o intercambista que, se um dia quiser voltar para lá para estudar ou trabalhar, vai poder contar com o apoio da família que o hospedou”.
O professor de inglês Thiago Spiess acredita que o intercâmbio é um incentivo para os estudantes. “As vagas são para alunos da rede pública que, talvez, não teriam condições de fazer uma viagem para o exterior. É uma oportunidade de conhecer o mundo, e um reconhecimento para o aluno que está estudando uma segunda língua.”
“O benefício é imenso, os alunos vêm com mais motivação e se dedicam mais. Além disso, no intercâmbio, fazem amizades, conhecem outro país, acontece a aproximação com a família que os hospeda. É uma maneira de estreitar o relacionamento com nossas cidades irmãs, com a parceria ultrapassando a questão econômica”, acrescenta.
Preparação para a viagem
Elivelton Reichert, de 17 anos, é um dos guabirubenses que vai aproveitar a oportunidade do intercâmbio cultural. Aluno da escola Professor João Boos, ele conta que, em casa, a família fala alemão no dialeto badense, e que a viagem é uma chance para conhecer os lugares de onde vieram os imigrantes e antepassados. “Essa vontade eu tenho em mente há um bom tempo, só restava acontecer. Nunca imaginei que iria visitar a Alemanha com essa idade”, diz.
Aluno do primeiro ano do ensino médio na escola João XXIII, Murilo Sbardelatti, de 16 anos, conta que sempre gostou de estudar inglês e teve muito incentivo de seu professor para que ele e os colegas participassem de programas como o intercâmbio Brasil-Alemanha. “Desde que comecei a estudar o idioma, meu sonho foi viajar para outro país. Quando soube da prova não hesitei em participar. Esse intercâmbio também é uma oportunidade de trocar experiências, fazer novas amizades e também aperfeiçoar meu inglês”, diz.
Além dos estudos de inglês no currículo escolar, tanto Murilo quanto Elivelton buscaram aprender um pouco além, com o curso na escola de idiomas KNN. “Muitos falam que professor de inglês de escola pública só ensina verbo ‘to be’, mas isso nem sempre é verdade. E o curso extracurricular me desenvolveu muito tanto na conversação quanto na escrita. Tive professores muito bons, o que me ajudou muito a evoluir. Foi essencial para que eu obtivesse sucesso na prova”, conta Murilo.
“Sei que podem parecer poucos os dias que vamos passar lá, mas tenho certeza que conseguiremos aproveitar ao máximo”, diz Elivelton, ansioso. Ele já está em contato com a família que vai hospedá-lo durante o intercâmbio, e diz que conversam diariamente pela internet, “trocando uma ideia sobre nossa rotina”.
Cidades irmãs
A Prefeitura de Brusque iniciou em 2011 uma parceria com a micro região de Karlsruhe, em Baden Württemberg, na Alemanha. No ano seguinte, foi instituído um programa de intercâmbio entre os países, com a chegada de 14 estudantes alemães em Brusque.
Neste ano, as vagas foram direcionadas para estudantes de 15 a 18 anos, regularmente matriculados no ensino médio da rede municipal, estadual ou cursos técnicos. Os alunos selecionados devem, entre outros requisitos, ter proficiência na língua alemã ou inglesa, e ter disponibilidade de hospedar em sua casa um estudante proveniente da Alemanha, em novembro deste ano.
O número de intercambistas enviados para a Alemanha varia de acordo com o número de estudantes alemães que são enviados para a região. A idade dos brusquenses e guabirubenses também depende da faixa etária dos que vêm. Por isso, a cada ano, a disponibilidade de vagas é diferente e distribuída entre as entidades.