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Estudantes de Brusque viram meteorologistas mirins em projeto inédito de educação para o clima no Brasil

Projeto tem adesão maciça de estudantes dentro do contexto das inundações que assolam o Rio Grande do Sul

Brusque está levando para as salas de aula da rede municipal de ensino a preocupação com as mudanças climáticas e suas consequências. Estações meteorológicas foram instaladas em 40 escolas da rede municipal entre 2022 e 2023 e, hoje, 43 professoras e professores desenvolvem projetos educacionais com os alunos utilizando os equipamentos.

O trabalho obteve grande engajamento dos estudantes porque Brusque enfrenta enchentes com certa frequência e a população da cidade, devido à proximidade geográfica, acompanha com aflição a catástrofe ambiental que assola atualmente o Rio Grande do Sul.

“Além de conhecerem os equipamentos como barômetro, pluviômetro, anemômetro, biruta e outros, os alunos registram os dados atmosféricos que compartilham com a Defesa Civil e realizam trabalhos práticos, como simulação de enchentes e desmoronamentos”, relata Fabiana Coronel, uma das professoras à frente da iniciativa.

Professor Rogério Santos; João Luiz de Lima Moreira, coordenador do Centro Municipal de Inclusão Digital; Fabiana Coronel; Taiani Vicentini; Rubens Zimermann, responsável pela instalação das estações. Foto: Divulgação

“A compreensão do clima e suas consequências ganha uma nova dimensão dessa maneira”, diz ela. A ideia de aquisição das estações meteorológicas por parte da Secretaria de Educação da cidade partiu de um projeto de robótica do professor da rede municipal Rogério Santos Pedroso. Os equipamentos resultaram em maior participação e interesse por parte dos alunos.

“Eles podem conhecer, manipular e entender o funcionamento de cada componente e o ensino fica mais significativo quando feito dessa forma”, diz a professora Fabiana Coronel. Segundo ela, as estações meteorológicas estarão no centro de vários dos projetos que as escolas municipais de Brusque deverão inscrever no Prêmio Nacional Liga STEAM 2024, promovido em todo o país pela Fundação ArcelorMittal em parceria com a Fundação Banco do Brasil, AVSI Brasil e Tríade Educacional.

O prêmio estimula as escolas a adotarem a abordagem STEAM, que integra as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, por meio de metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em projetos para a resolução de problemas reais do dia a dia. Multiplicação entre professores A professora lembra que a ideia de usar didaticamente as estações meteorológicas surgiu a partir da sua participação na Comunidade de Educadores STEAM – Coorte 2022.

Ela desenvolveu naquele ano um projeto-piloto com alunos de duas escolas que já haviam recebido as estações. O trabalho culminou em um documentário realizado pelos próprios alunos. “Eles entrevistaram pessoas que vivenciaram uma enchente histórica ocorrida há 40 anos na cidade e conseguiram registrar uma inundação que ocorreu durante a gravação”, descreve a professora.

O trabalho incluiu um componente dramático: a morte, por soterramento, de um habitante do município. “Deixamos o projeto de 2022 como inspiração para os professores, que estão livres para criarem outros projetos. Quatro escolas já começaram a produzir e distribuir os Boletins do Tempo”, exemplifica Fabiana, que desde sua participação na Comunidade de Educadores STEAM se tornou monitora e multiplicadora da abordagem STEAM no município, realizando diversas iniciativas.

Leia os destaques da semana:
1. VÍDEO – Luciano Hang doa R$ 10 milhões para famílias vítimas das cheias no Rio Grande do Sul
2. Cesta básica apresenta aumento de 3,9% no mês de maio em Brusque; batata foi alimento mais caro
3. 200 mil km percorridos: conheça história de brusquense que viaja de kombi para garimpar cristais
4. Relembre como era Brusque em 1954, ano de fundação do jornal O Município
5. https://omunicipio.com.br/historico-reportagem-sobre-emancipacao-de-botuvera-e-escrita-em-bergamasco-dialeto-em-extincao/

 


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