Estudantes, políticos e comunidade cobram reforma da escola estadual João Boos
Eles realizaram novo ato em busca de apoio; prefeito eleva o tom contra o estado
Uma vez mais, professores, estudantes, pais, políticos e comunidade em geral realizaram um ato para pedir a reforma e ampliação da Escola de Educação Básica João Boos, em Guabiruba. O protesto ocorreu nesta sexta-feira, 2, pela manhã e contou com o apoio da Polícia Militar na organização do trânsito.
A manifestação foi capitaneada pela Câmara Municipal. Alguns vereadores marcaram presença no ato, dentre eles Osmar Vicentini, um dos organizadores. “A situação vem se alastrando há quanto tempo? Nem dinheiro para limpar a fossa tem, por isso decidimos, junto com os vereadores, fechar a rua em meia pista”, diz.
Vicentini afirma que o ato tem o objetivo de chamar a atenção da imprensa e da população para a escola e para o fato de que “os agentes políticos e privados estão preocupados com a situação do João Boos”.
Os estudantes do turno da manhã fecharam o trânsito em meia pista na rua Brusque, em frente ao colégio, por alguns minutos. O fluxo de veículos ficou um pouco mais lento, mas não houve formação de longas filas.
O vereador também lembra que recentemente o aluno do terceiro ano do Ensino Médio Dalvan Cavichioli morreu na escola enquanto fazia a poda de árvores. Para Vicentini, isso demonstra a situação grave de abandono do colégio.
Cheiro de fossa
A situação de infraestrutura precária já foi relatada diversas vezes pelo Município Dia a Dia e pelos vereadores desde 2014. Há goteiras, portas quebradas e problemas na fiação elétrica. No entanto, o problema se agravou.
Adrian William da Silva, vice-presidente do Grêmio Estudantil, diz que o cheiro na escola está insuportável por causa da fossa, que está cheia e não é limpa. “A fossa está cheirando muito mal, os alunos vão à alimentação e acabam sentindo esse cheiro. Teve uma sala que teve que ser desocupado devido ao mau cheiro”.
Segundo Adrian, o banheiro dos professores está interditado há cerca de três meses. Ele é o presidente do Grêmio Estudantil após a morte de Dalvan, que ocupava o cargo, mas pede para ser chamado de vice-presidente em respeito ao colega.
Prefeito eleva o tom
O prefeito Matias Kohler e o vice Valmir Zirke também participaram da manifestação nesta sexta. Kohler subiu o tom das críticas ao governo estadual.
“Não há vontade de resolver porque, por mais que o estado insista na questão da crise financeira, o João Boos não pode ser enquadrado neste nível”, afirma. Kohler, visivelmente irritado durante a entrevista, diz que são feitas promessas, mas “tudo é esquecido quando vira as costas”.
O prefeito também cobra uma ação mais enérgica da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Brusque. “A própria ADR de Brusque me parece um pouco omissa nesse papel, porque tem que ter pressão”.
“Mas me parece que estamos batendo em ferro frio, isso nos deixa até irritados, porque não é fazer um favor ao prefeito ou ao município. O município não precisa de favor, precisa que cada um assuma a sua responsabilidade”, completa o prefeito.
Para Kohler, a situação do governo do estado é confortável, pois ninguém bate na porta do governador ou dos secretários cobrando providências.