Estudo demonstra que ciclofaixas da região central de Brusque não são seguras

Análise faz parte do diagnóstico do Centro realizado pelos acadêmicos do curso de Arquitetura da Unifebe

Estudo demonstra que ciclofaixas da região central de Brusque não são seguras

Análise faz parte do diagnóstico do Centro realizado pelos acadêmicos do curso de Arquitetura da Unifebe

Em diagnóstico da área central de Brusque, os acadêmicos da 7ª fase do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifebe, orientados pelos professores Karol Diego Carminatti e Alexssandra da Silva Fidelis, analisaram a situação das ciclofaixas do Centro da cidade.

O estudo, desenvolvido dentro da metodologia de Desenvolvimento Orientado ao Transporte (DOT), avaliou se as ciclofaixas existentes na área que corresponde ao Centro 1 são seguras e completas e se o estacionamento destinado às bicicletas é amplo e seguro.

No quesito relacionado à segurança e a continuidade das ciclofaixas, a região central zerou na avaliação, ou seja, não se mostrou segura para os ciclistas. Entre as ruas destacadas de forma negativa estão a Rodrigues Alves, que tem ciclofaixas interrompidas e a Felipe Schmidt, em que a ciclofaixa termina de repente nas proximidades da Celesc.

Já na análise do estacionamento destinado às bicicletas, o Centro contabilizou um ponto quando observados locais para esta finalidade próximos ao terminal urbano. Mas quando analisados os pontos de estacionamento de bicicletas oferecidos por estabelecimentos privados, a região não conseguiu pontuar, pois são raros os locais que oferecem esta opção.

Um dos orientadores do estudo, o professor Karol Diego Carminatti observa que não é necessário que todas as ruas tenham ciclofaixas, mas seria interessante se de um ponto do Centro em uma distância de 500 metros exista, por exemplo, duas linhas que levem o ciclista para outros bairros.

Ele destaca ainda a importância de manter espaços para ciclistas com continuidade e seguros.

“Em Brusque, temos ciclofaixas que não tem tachão. O carro não sabe quando está invadindo o espaço do ciclista e isso é um problema. Hoje, todos os países do mundo entendem a importância de dar condições favoráveis para ciclistas e pedestres e nós ainda estamos atrasados nesse sentido. Para se ter uma ideia, o Quênia tem uma rede de ciclovia melhor que o Brasil”.

O coordenador do Fórum da Bicicleta de Brusque, Edson Hoffmann, afirma que o espaço mais seguro para os ciclistas são as ciclovias separadas, porém, ele observa que o Centro da cidade não comporta uma estrutura como esta.

O principal problema apontado por ele nas ciclofaixas da região central de Brusque são a falta de continuidade. Mesma questão levantada pelo estudo da Unifebe.

“Primeiro, que as ciclofaixas teriam que ser feitas por quem anda de bicicleta. Depois, precisamos de melhoria na qualidade da pintura e nas travessias e interligação de uma para outra. Temos vários pontos em que a ciclofaixa começa e termina do nada. Aí o ciclista precisa andar na contramão ou na calçada que é proibido”.

Edson ressalta que falta vontade do poder público em priorizar a bicicleta. “O que falta é interesse do poder público em alinhar com a sociedade, com as pessoas que desenvolvem e com quem anda de bicicleta. Não adianta fazer as coisas sem ouvir o ciclista”.

Mais espaço para o pedestre e ciclista

O professor afirma que uma solução para melhorar a questão urbanística do Centro de Brusque seria ampliar o espaço para pedestres e ciclistas e reduzir o dos carros. “Hoje, pra estacionar na rua no Centro precisa pagar. Então tanto faz deixar na rua ou no estacionamento privado. Por que não ocupar esse espaço da rua para ampliar as calçadas, fazer uma ciclofaixa mais segura, arborizar e tornar o Centro mais atrativo, com mais vida?”, diz.

O estudo

Além das ciclofaixas, o estudo analisou as condições das calçadas, dos pontos de ônibus e transporte coletivo na área central de Brusque. No total, a região alcançou 39,26 pontos de um máximo de 100.

“A pontuação final do Centro foi muito baixa. Vejo que este diagnóstico é uma forma de alertar sobre os problemas da região e então propor melhorias para evitar que esta área tão importante para a cidade se acabe aos poucos”, analisa o professor.

O diagnóstico foi feito seguindo a metodologia de Desenvolvimento Orientado ao Transporte (DOT), com diversos cálculos, critérios e análises.

O estudo foi apresentado para o prefeito Ari  Vequi e representantes de entidades e a segunda fase, prevê a apresentação de sugestões para melhorar a área central da cidade, em dezembro.

 

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