Estudo mostra quanto os municípios da região investem em recursos próprios na saúde
Levantamento exclui recursos dos governos federal e estadual
Levantamento exclui recursos dos governos federal e estadual
O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou, recentemente, estudo sobre quanto as prefeituras gastaram de recursos próprios em saúde pública em 2017. O levantamento não inclui, portanto, os valores gastos que vieram dos governos federal e estadual.
Brusque investiu R$ 377,88 por pessoa. É menos do que a média para as cidades entre 100 e 500 mil habitantes: R$ 389,45. O montante também é menor do que a média nacional considerando todas as cidades, de acordo com o CFM, que foi de R$ 403,37.
Veja também:
CDL de Brusque pretende implantar aplicativo para a Área Azul neste ano
Brusque goleia Metropolitano e termina turno em quinto lugar no Catarinense
Programa permite parcelamento de dívida ativa com o município de Brusque
Os números para o estudo são o que os gestores municipais declararam ter investido com recursos próprios em Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) no Sistema de Informações sobre os Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde.
O levantamento do conselho federal elenca quanto foi investido entre 2013 e 2017. No caso de Brusque, o auge foi em 2014, quando o valor per capita atingiu R$ 390.
Os dois anos seguintes registraram queda no investimento por pessoa com recursos próprios da prefeitura.
Ainda que os números sejam importantes para entender o investimento na saúde pública, há ponderações a serem feitas. Especialistas em gestão de saúde explicam que é natural que cidades maiores invistam menos do recurso próprio, mas no valor global, elas colocam muito mais dinheiro.
A conta é simples. Essas cidades recebem dinheiro do estado e da União porque têm mais serviços de média e alta complexidade, portanto elas só completam o investimento que já recebem com recurso próprio.
Humberto Fornari, secretário de Saúde de Brusque, explica, por exemplo, que a prefeitura tem estruturas secundárias, como o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO).
O Caps e o CEO são custeados parte pela prefeitura, parte pelo governo estadual. É um exemplo de um fonte de recurso do estado que chega à população e não entra na conta do CFM.
Fornari afirma que é natural que Brusque tenha investimento mediano, na medida em que tem mais serviços pactuados e conveniados com outras esferas de governo. Em contrapartida, capitais e municípios onde há forte presença do estado, com hospitais públicos, geralmente gastam menos do caixa próprio.
Dentre cinco municípios da região, Botuverá é o que mais investe de recursos próprios na saúde pública, segundo o estudo do CFM. Em 2017, a cidade gastou R$ 635,93 por habitante.
O pequeno município sempre investiu acima dos R$ 546, nos cinco anos apresentados na pesquisa. Diferentemente de Brusque, o auge do investimento foi justamente 2017, já que os valores estão em alta.
A secretária de Saúde de Botuverá, Marcia Cansian, afirma que área é prioritária para a gestão. “O município sempre teve como prioridade a saúde, tanto que temos três estratégias de saúde da família”.
A prefeitura coloca mais dinheiro próprio porque não recebe verbas relativas à média e alta complexidade. É o inverso do que acontece com Brusque.
Guabiruba investiu aproximadamente R$ 322 por habitante em 2017. O valor é mais alto do que em 2016, mas ainda fica abaixo dos anos anteriores. Em 2014, a prefeitura chegou a colocar R$ 382,79 por pessoa.
Rio Tijucas
Em Nova Trento, o investimento per capita foi de R$ 393 em 2017. Acima da média nacional para municípios entre 10 e 25 mil: R$ 357,03.
Para o secretário de Saúde do município, Maxiliano de Oliveira, o Max, o número significa pouco. Ele afirma que o principal não é investir muito, mas sim de forma correta.
Max diz que há alguns anos Nova Trento até investia mais, só que o resultado não era o mesmo. Ele afirma que os recursos foram realocados e, com isso, foi possível ofertar mais 54 serviços na rede de saúde.
São João Batista investe menos do que a média dos municípios na sua faixa populacional, que é de R$ 326,14. Em 2017, o município gastou R$ 282,80 per capita somente com recursos próprios.
Veja também:
Entrega do Plano Municipal de Mobilidade Urbana está prevista para o fim de junho
Procurando imóveis? Encontre milhares de opções em Brusque e região
Polícia prende quadrilha de mulheres que furtava bolsas em ônibus de Blumenau
“Os valores apresentados pelo CFM se referem somente às despesas com recursos próprios do município, não incluindo repasses do governo federal e estadual. Por isso, obviamente, cidades menores, que não são referência em especialidades para suas regiões, aparecem mais bem colocadas, já que recebem menos transferências de convênios do SUS”, justifica o secretário de Finanças, Luiz Henrique Lauritzen.
De acordo com a prefeitura, se forem consideradas outras fontes de recursos, o investimento per capita do município foi de R$ 493,72 em 2017. A cidade alocou 24,73% de sua receita na área naquele ano.