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Estudo identificará estudantes de Brusque que não têm direito ao transporte escolar

Secretaria de Educação afirma que objetivo é adequar serviço à legislação

A Secretaria de Educação iniciou estudo sobre o uso do transporte escolar em Brusque. Após o levantamento, novos roteiros para os ônibus escolares serão estipulados. A medida é uma adaptação ao decreto estadual 1069, de 21 de fevereiro de 2017.

Pela determinação, os serviços devem ser limitados aos estudantes cujo os trajetos entre a casa e a escola seja de, pelo menos, seis quilômetros somando a ida e a volta. Ou seja, que morem a pelo menos três quilômetros do educandário. Em caso de não cumprimento, os municípios podem deixar de receber a parcela dos valores encaminhados pelo governo do estado ao serviço.

Segundo a secretária de Educação, Eliani Buemo, o estudo deve reorganizar o transporte escolar no município. Para ela, uma reação da comunidade é comum no início. “Não temos o intuito de prejudicar, mas a obrigação de cumprir a lei.”

Em Brusque, pelo menos 3 mil estudantes utilizam o transporte escolar para 34 escolas, entre municipais e estaduais. Para atender esta população, são necessários 14 ônibus da prefeitura, além de serviços terceirizados.

Durante o semestre
O levantamento é desenvolvido pelo Programa Municipal do Transporte Escolar (PMUTE). Desde fevereiro, o trabalho é conduzido pelo coordenador Carlos Alexandre Reis. Segundo ele, a tendência é de uma conclusão ainda neste semestre.

Reis afirma que todas as escolas da rede pública foram notificadas, por e-mail, para iniciarem o mapeamento de necessidades de cada estudante. O contato ocorreu na segunda feira, 26, e o material servirá de base para o estudo.

O coordenador descarta uma suspensão ou alterações no serviço durante o andamento do estudo. “Já estamos informando, para ser um choque e eles terem tempo de fazer o levantamento. Não foi dito para ninguém que o transporte seria cortado na segunda-feira”.

Além da adaptação às normas, Reis espera que a reavaliação traga economia ao município. Com os dados, será possível reorganizar os roteiros existentes, seguindo o zoneamento escolar.

Pais receosos
O comunicado feito em sala de aula surpreendeu pais de estudantes. Jussara da Silva é mãe de aluna da Escola de Ensino Fundamental Professora Georgina de Carvalho Ramos da Luz, no bairro São Pedro. Como a residência fica em uma distância menor que o estipulado, teme perder o serviço no restante do ano.

Cerca de 25 crianças do São Leopoldo utilizam o transporte público para estudar no bairro vizinho. Há 15 anos, Cleusa da Silva também envia o filho para o local com o transporte público. Para ela, as mudanças deveriam levar em conta os estudantes que já moram na rota do transporte. “Não acho justo que passe na frente da casa e não possa pegar todos”.