ETA Cristalina deve ficar pronta em seis anos; obra está atrasada
Novo diretor-presidente do Samae explica situação da obra
Novo diretor-presidente do Samae explica situação da obra
A obra da ETA Cristalina está com a terraplanagem atrasada. Desde o dia 19 de agosto de 2020, quando o contrato foi assinado, até agora, a empresa licitada concluiu apenas 3,4% do previsto. O prazo, de 270 dias para a conclusão de 25% da obra, encerra em maio.
Luciano Camargo, novo diretor-presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Brusque, diz que a empresa já foi notificada e tem dez dias para dar explicações sobre o atraso.
Além da terraplanagem, o projeto também está atrasado. Segundo Camargo, a empresa responsável deveria ter entregue há quatro meses e agora recebeu mais um mês para cumprir com a obrigação.
Todos esses atrasos impactam no prazo final de entrega da obra, que deve ser concluída em seis anos ou mais.
“É uma obra de longo prazo e todos nós sabemos que as obras públicas são diferentes das particulares, podem sofrer diversos problemas e raramente seguem o cronograma de acabamento. Então, se já se previa com tudo certo o primeiro módulo entregue para daqui quatro, quem sabe cinco anos na pior das hipóteses, ela completa, com todos os módulos com certeza vai levar seis anos, seis e pouco”, diz Camargo.
O diretor-presidente explica que o primeiro módulo, que já amenizaria o problema de abastecimento na cidade por uns dez anos, tem previsão para ser concluído em quatro anos, sem considerar os imprevistos.
Na visão dele, que é servidor de carreira no Samae há 11 anos, a obra, tida como a solução para o problema de falta de água em Brusque, deveria ter sido iniciada há muitos anos, para agora estar sendo concluída. “Faltou visão de futuro”, afirma.
Agora, a administração da autarquia irá tomar medidas para tentar impedir que novos atrasos aconteçam. “Não temos mais tempo para tolerar”, diz Camargo.
Em sua gestão, o novo diretor-presidente pretende fiscalizar a ETA Cristalina de forma intensa e rigorosa. Ele explica que há uma equipe responsável pela fiscalização que entrega relatórios sobre o andamento da obra.
Com a previsão de entrega da ETA Cristalina para daqui seis anos, Camargo quer implantar medidas paliativas de curto e médio prazo.
Uma delas seria instalar uma rede de 8,5 quilômetros do Centro até o Ribeirão do Mafra para atender aquela região que sofre com a falta de água.
A equipe técnica do Samae está estudando, por meio de um software, o melhor trajeto para a obra e os engenheiros estão fazendo o projeto.
O tipo de equipamento necessário para a instalação está sendo pesquisado, de forma que se adeque com o que será utilizado na ETA Cristalina, e a licitação para a compra deve ser lançada em breve.
Passados os trâmites burocráticos, que devem demorar de 60 a 90 dias, a expectativa é iniciar a obra em meados de abril.
Além disso, a previsão é de que um trecho da rede passe pela SC-486. Para isso, é preciso da autorização do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) de Santa Catarina. Camargo afirma que está em tratativas para iniciar a obra com a autorização em mãos.