“Eu estava lá”: Torcedor se emociona ao contar detalhes da final
Evandro Hochsprung foi o responsável por organizar a caravana para a grande decisão
Evandro Hochsprung era um dos cerca de 500 torcedores brusquenses que invadiram a Arena Joinville para acompanhar o tricampeonato do Bruscão. Além dos torcedores que viajaram à cidade do Norte, outros milhares acompanharam a partida em Brusque em uma festa que se estenderia posteriormente noite afora pela cidade.
Na época, o hoje empresário do ramo alimentício, era presidente da torcida organizada do clube, a Força Independente, e foi o responsável por organizar a caravana para a grande decisão. Além das pessoas que se deslocaram de carro, cinco ônibus repleto de torcedores saíram da cidade. Cinco anos, mais tarde, Evandro lembra com detalhes de todos os momentos que marcaram a conquista.
Clima da final
“O Brusque jogou quarta-feira aqui e ganhou por 1 a 0, gol do Pantico. Aí fomos para Joinville, a torcida eufórica, pois tínhamos um bom time, que por pouco não entrou no quadrangular final do Catarinense. A expectativa era revivermos 2008. Saímos daqui em cinco ônibus e só não levamos mais gente porque não havia mais lugar”.
“Contra tudo e contra todos”
“Tínhamos a vantagem, mas sabíamos das forças de bastidores que existiam para que o JEC ganhasse o título. Na época, chegou a ser falado que a cúpula da FCF esteve reunida com árbitros pois havia interesse de que o JEC vencesse. Chegamos ao estádio com esse medo, sabíamos que teríamos que lutar contra tudo e contra todos”.
Sobre o jogo
“Foi um jogo em que as coisas conspiraram a nosso favor. Depois de um 0 a 0 no primeiro tempo, o técnico (Joceli dos Santos) colocou o Ratinho, no lugar do Pantico, que já estava em negociação com o próprio Joinville. Ele acabou de entrar e logo fez o gol. O Joinville tinha o Lima, no auge, e começou a pressionar”.
O que ele (Lima) não fazia era perder gols, e naquele dia perdeu três que até hoje não sei como. No fim, o Joinville fez o gol, e o árbitro querendo jogo, deu seis minutos de acréscimo. Não queriam a gente campeão, tanto é que deu aquele problema com o Rodrigo Santos (Colunista do MDD e narrador da rádio Cidade AM de Brusque que acabou agredido após o fim da partida)”.
A chegada em Brusque
“Chegamos em Brusque por volta das 20h30. Já havia carro de bombeiros e uma festa toda preparada. O Augusto Bauer lotado. Na época, lembro que a torcida ergueu o Rogélio no colo como se fosse um troféu. A festa varou a madrugada. Foi um momento único que mostrou que Brusque podia ser algo no futebol. Aquele título nos encorajou a almejar coisas maiores”.
Chave da vitória
“Era um time muito completo, com Têti e Carlos Alberto e outros jogadores que estavam bem e vivenciaram bons momentos com a camisa do Brusque. Sabíamos que dentro de campo o time tinha condições de vencer. Na grande final, o zagueiro Rogélio parecia que tinha três metros de altura e dois de largura, estava inspirado e as coisas conspiraram a nosso favor. Foi um momento de muita emoção”.
Momento marcante
“O que me deixou mais emocionado foi quando acabou o jogo e se apagaram todas as luzes da Arena, com exceção de uma. Enquanto os jogadores faziam oração junto com a torcida, apenas uma luz saia do telhado e iluminava justamente onde estavam os atletas se abraçando com a torcida. Começamos a rezar com bastante fervor, com o estádio apagado e começou a esguichar água para molhar o campo e aquela luz ali, iluminando justamente naquele pedacinho onde estávamos. Ali a gente notou que tinha uma força maior”.
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