Eu não sou uma minoria
Desse jeito minha vida está descomplicada, não é mesmo?
O que são algumas crises existenciais ao longo de toda uma vida, comparado com quem nasce com dramas existenciais profundos?
Estava assistindo alguns vídeos neste tal de YouTube – aos curiosos, vale a pena pesquisar sobre pessoas não binárias, transexualidade e transição de gênero. A partir disto comecei a me perguntar porque o meu discurso deveria ser ouvido. Logo o meu!?
Há tantas “minorias” que precisam de representação e espaço, pensem comigo; do alto de meu posto de pessoa branca, heterossexual, cisgênero (que me identifico com o gênero feminino, no qual nasci), nível de escolaridade superior e sem nenhuma deficiência ou doença grave… Eu tirei a sorte grande!
Esta não é a primeira vez que faço esta reflexão, pois vejo, sim, importância nestas comparações, mas somente enquanto nos façam valorizar aquilo que temos – jamais desmerecer.
Minha experiência de vida pode parecer mais simples que a de muitos por aí, porém ela tem infinitas particularidades e desdobramentos, poder compartilhar cada um deles só vem a favor, tanto para nos sentirmos bem dentro de nós mesmos como para praticar a tal de empatia. Às vezes me colocar no lugar do outro ajuda com que eu entenda um pouquinho melhor de mim mesma e vice-versa.
Costumo dizer que cada um de nós é um universo particular, e cada uma de nossas estrelas possui brilho único. Devemos dar-lhes (e dar-nos) o devido valor!
Eduarda Paz Padoin – psicóloga