Evento do Grupia discute o aborto na sociedade brasileira
Médica ginecologista e corregedor-geral do MP-SC palestraram e se posicionaram contra a medida
Médica ginecologista e corregedor-geral do MP-SC palestraram e se posicionaram contra a medida
Foi realizada, na Câmara de Vereadores, nesta quinta-feira, 19, a conferência cujo tema foi “Aborto: direito ou assassinato”. Palestraram para o público, que praticamente lotou o plenário, a médica ginecologista Zelia Maria Gerente Dal Castel e o corregedor-geral do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), Gilberto Callado de Oliveira.
A médica abriu o debate da conferência. Durante praticamente uma hora, ela elencou fatos que, ao seu ver, demonstram que o aborto é injustificável. Zelia foi além e condenou não só o aborto, mas qualquer método contraceptivo, seja ele a pílula anticoncepcional, a camisinha ou o dispositivo intrauterino (DIU).
Para Zelia, a pílula anticoncepcional provocou a libertação sexual, mas também “a libertinagem sexual e a dissolução dos valores da família”. Ela disse que, no passado, as mulheres solteiras eram erroneamente condenadas. Hoje, para a palestrante, também erroneamente, existe “a marginalização da virgem e do jovem casto”.
Em sua palestra, Zelia argumentou que os métodos naturais de controle de natalidade são tão eficazes quanto o anticoncepcional e outras formas de contracepção. Segundo ela, há uma vontade de não mostrar isso ao público, por isso, as maneiras naturais não são ensinadas nas escolas de Ensino Médio nem nas faculdades de Medicina.
“Não há lucro nos métodos naturais”, disse Zelia. A palestrante afirmou que existe o interesse da indústria farmacêutica em todo o mundo na difusão dos métodos contraceptivos criados em laboratórios.
Oliveira palestrou logo depois de Zelia e também adotou o discurso antiaborto. Porém, como corregedor-geral, ele falou da parte jurídica no que tange à interrupção de uma gravidez.
O palestrante começou fazendo analogia com o Natal e a importância da natalidade para os seres humanos. Oliveira, que já esteve em outros eventos do Grupia, declarou-se contra o aborto.
“Nós, cristãos, não podemos jamais aprovar a prática infame do aborto”, disse o corregedor-geral logo de início. Oliveira discursou sobre as hipóteses na lei em que é permitido matar alguém sem punição, como a legítima defesa.
Segundo ele, o Direito alemão, que embasou os códigos nos países ocidentais, desde o seu começo preserva a vida. Ele também citou que o aborto era punido com a morte no Sacro Império Romano, no século 16, tamanha gravidade da prática.
Uma carta aberta ao Supremo Tribunal Federal (STF), à Presidência da República, ao Congresso Nacional e ao povo brasileiro foi deliberada e será encaminhada às autoridades.