Evento em Guabiruba celebra 200 anos da imigração alemã no Brasil
Evento foi realizado na Sociedade Recreativa Guabirubense
Foi realizada na noite desta quinta-feira, 4, na Sociedade Recreativa Guabirubense, em Guabiruba, a celebração dos 200 anos da imigração alemã no Brasil. Para celebrar a data foi realizada uma cerimônia que contou com apresentações culturais e um jantar para os presentes.
Entre os convidados especiais estava a delegação oficial do estado alemão de Baden-Württemberg, região de origem de muitos imigrantes catarinenses da década de 1860.
A delegação é composta por integrantes do distrito de Karlsruhe, parceiro do município de Brusque e da Associação de Municípios do Vale Europeu (Amve); do município de Karlsdorf-Neuthard, cidade coirmã de Guabiruba; e da Badisch-Südbrasilianische Gesellschaft (BSG), parceira da Associação Catarinense de Intercâmbio e Cultura (ACIC).
“É importante comemorar datas como essas. A imigração alemã fez uma grande diferença em Santa Catarina e precisamos reconhecer isto. Quem não tem passado, não tem futuro. Somos gratos aos valores passados e por isso organizamos este evento”, disse Valdir Riffel, da comissão organizadora e que também representou a Associação Catarinense de Intercâmbio e Cultura (ACIC).
Assista o vídeo:
As atrações culturais foram oferecidas pelo grupo “Alemão em Canto”, os alunos de língua alemã da Fundação Cultural de Guabiruba, grupo folclórico Alle Tanzen Zusammen e a Orquestra Municipal de Guabiruba.
Já os membros da comissão organizadora receberam, em homenagem a data, uma placa comemorativa produzida a partir de madeira peroba da mata atlântica brasileira, oriunda de tábua do assoalho da antiga casa da família Scharf.
Parceria antiga
Há anos, Brusque e Guabiruba têm cultivado diversas parcerias com distritos e municípios alemães, o que possibilitou acesso a recursos para novos projetos. A relação entre essas cidades e o estado alemão de Baden-Württemberg remonta a 164 anos, quando, em agosto de 1860, várias famílias originárias de Baden emigraram para Santa Catarina e se estabeleceram na região, muitas delas da comunidade de Karlsdorf-Neuthard.
Em 5 de abril de 2011, pela Lei n.º 3385, foi formalizada a Parceria Oficial entre Brusque e o Distrito de Karlsruhe, seguida pela assinatura de parcerias para intercâmbio comercial e cultural entre as duas regiões. Mais recentemente, a Associação de Municípios do Vale Europeu (Amve) estabeleceu uma parceria oficial com o distrito.
Entre os resultados dessa cooperação está o projeto “50 parcerias municipais pelo clima”, focado na mitigação das mudanças climáticas por meio da implementação de projetos. O Centro Universitário de Brusque (Unifebe) também contribui com pesquisas, sendo notável o intercâmbio estudantil entre a Unifebe e universidades alemãs, uma das ações mais significativas entre as regiões.
“A capacidade de transmitir conhecimento e proporcionar oportunidades para jovens e adultos em formação é fundamental. Investir nisso é investir no futuro: educação, pesquisa e oportunidades moldam não só as gerações presentes, mas também as futuras. Esses investimentos não apenas promovem melhorias estruturais, mas também impulsionam o desenvolvimento econômico. Como afirmou o padre Orlando Maria Murphy, fundador da Unifebe, a educação é o investimento mais lucrativo que uma sociedade pode fazer”, disse a reitora da Unifebe, Rosemari Glatz.
Chegada dos alemães
A celebração mais significativa dessa data ocorre em 25 de julho, no Rio Grande do Sul, marcando a chegada dos primeiros imigrantes de língua alemã à atual cidade de São Leopoldo, em 1824.
Em Santa Catarina, a chegada dos imigrantes aconteceu quatro anos depois, no final de 1828. Estes grupos migratórios foram atraídos para a região por uma política específica, centrada na atração de famílias, em sua maioria agricultores.
Rosemari Glatz, membro da comissão organizadora do evento, relata que a primeira colônia alemã em Santa Catarina foi estabelecida em 1º de março de 1829, com a fundação da Colônia de São Pedro de Alcântara.
“Ela foi fundada com imigrantes de língua alemã que saíram da Europa para o Rio de Janeiro e que chegaram em solo catarinense em novembro de 1828, num total de 359 pessoas. Posteriormente, muitas destas famílias, migraram para Itajaí e Brusque, a exemplo da família de Pedro José Werner, e da família de Lauro Muller, primeiro governador republicano de Santa Catarina”, diz a reitora.
O Brasil já havia recebido outros imigrantes de língua alemã antes de 1824, principalmente nas metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, porém, em contextos diferentes dos núcleos coloniais alemães formados no Sul do país, cujo bicentenário da chegada é celebrado.
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