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A evolução territorial de Brusque e os desmembramentos – Parte I

Quando em meados do século XIX, se iniciara a colonização de Blumenau no Itajaí-Açu, o governo finalmente se propôs criar um equivalente nas terras do Itajaí-Mirim. Nas margens do curso inferior desse rio estendiam-se largas faixas de terrenos planos e alagadiços que ofereciam vantajosas condições para a lavoura e a criação do gado nas sesmarias. […]

Quando em meados do século XIX, se iniciara a colonização de Blumenau no Itajaí-Açu, o governo finalmente se propôs criar um equivalente nas terras do Itajaí-Mirim. Nas margens do curso inferior desse rio estendiam-se largas faixas de terrenos planos e alagadiços que ofereciam vantajosas condições para a lavoura e a criação do gado nas sesmarias. O Governo Imperial entendia que era preciso povoar as terras escabrosas dos cursos médio e superior do rio Itajaí-Mirim, onde não havia a lavoura, sendo o resto montanhoso. Escolhera-se como primeiro núcleo de exploração, a zona do atual município de Brusque, cuja colonização foi iniciada de acordo com um decreto de Dom Pedro II, datado em 18/06/1860.

O porquê da fundação de Brusque
O motivo político a que se deve a fundação de Brusque foi, no conjunto histórico mais largo, o propósito de desenvolver rapidamente a prosperidade, por meio de medidas artificiais, em uma zona bastante abandonada de uma parte pouco explorada do Brasil. A região do atual município era de importância puramente geográfica, pois constituía, dentro do vasto plano de povoamento concebido pelo governo, a primeira estação do vale do Itajaí-Mirim. Quando a colonização oficial da Colônia Itajahy-Brusque começou, em 1860, a Colônia consistia numa parcela de “território” organizado, sob o comando de uma diretoria, para onde se encaminhavam colonizadores alemães incumbidos de explorar o território.

Anexação da Colônia Príncipe Dom Pedro à Colônia Itajahy-Brusque
Em 6/12/1869, o território da Colônia Príncipe Dom Pedro, instalada à margem direita do rio Itajaí-Mirim, e cortada pelo Ribeirão Águas Claras, Limeira, Limoeiro, Cedro Grande, Cedro Pequeno, Alferes e Crecker, foi anexada à Diretoria da Colônia Itajahy. A partir de então, a correspondência oficial passou a ser dirigida à Diretoria da Colônia Itajahy-Brusque e Príncipe Dom Pedro e as dimensões coloniais também aumentaram para aproximadamente 70.000 hectares. Muitos anos depois, partes do território da extinta Colônia Príncipe Dom Pedro deram origem aos municípios de Nova Trento, Vidal Ramos, Presidente Nereu e Botuverá. Uma parte do território continuou pertencendo a Brusque. Guabiruba pertencia apenas ao território da Colônia Itajahy-Brusque.

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A Colônia Itajahy-Brusque é desmembramento de Itajaí
Em 31/07/1873, pela Lei Provincial n° 693, o então presidente da Província, Pedro Afonso Ferreira, desmembrou a Colônia Itajahy-Brusque, que até então era anexa da freguesia do Santíssimo Sacramento (Itajaí), formando a Freguesia (paróquia) de São Luis Gonzaga. Em 1881 ocorre a emancipação político-administrativa de Brusque. Por força da Lei Provincial nº 920/1881, de 23/03/1881, a freguesia de São Luiz Gonzaga das colônias Itajahy e Príncipe D. Pedro foi elevada à categoria de Vila e município, igualmente denominado de São Luiz Gonzaga. Só mais tarde, esse nome de município e vila foi substituído oficialmente pelo de Brusque, em homenagem a Araújo Brusque, antigo presidente da Província de Santa Catarina.

Municípios que se originaram a partir de Brusque
Ao longo da sua história, alguns distritos foram incorporados à Vila e município de São Luiz Gonzaga e houve algumas modificações e umas poucas deslocações das divisas, obedecendo, logicamente, ao ponto de vista que faz o traçado das divisas depender das condições naturais de paisagem. Do território que compunha Brusque em 1892, tiveram origem aos municípios de Nova Trento (1892), Vidal Ramos (1957), Presidente Nereu (1961), Botuverá e Guabiruba (1962). Apenas uma pequena parte do território continuou pertencendo a Brusque.

Fonte: BUGGENHAGEN, E. A. von. História Econômica do Município de Brusque e a obra do Cônsul Carlos Renaux. Brusque, 1941. Não publicado.

Continua na próxima semana

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