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Ex-jogador que atuou por 10 anos na Europa disputa o Municipal de Guabiruba

Após encerrar carreira, Eder Tormena defende o Lageadense na grande final da competição

Da Europa, diretamente para o Lageadense. Ederson Tormena, o Eder, é um dos responsáveis pela grande campanha da equipe do bairro Lageado Baixo, que está agora na final do Campeonato Municipal de Futebol Amador de Guabiruba. Depois de 10 anos atuando em equipes europeias, o volante se aposentou profissionalmente no início do ano.

Como o bom filho a casa torna, Eder deixou o Velho Continente e voltou para os braços da família assim que pendurou as chuteiras. Mas aí passou a ser ‘sondado’ pelos dirigentes do Lageadense. “A princípio eu não queria, nem minha esposa. Eu parei por lesões e a vontade era de descansar. Mas como são pessoas humildes e que querem reerguer o clube, eu aceitei colaborar”, explica Eder.

Primeiros chutes
A oportunidade para Eder aprender o futebol foi na extinta CME de Guabiruba. A partir daí, começou a participar de competições, entre elas o Moleque Bom de Bola. No torneio intermunicipal, o guabirubense teve a chance de jogar por Balneário Camboriú e, lá, ouviu sobre uma seletiva no Juventude (RS). Ele participou da peneira e passou, criando um importante vínculo com o clube caxiense.

Dos 14 aos 21 anos, Eder foi atleta do alviverde, sendo formado como zagueiro. Lá ele fez sua estreia no time profissional, com 17 anos, pela Copa do Brasil contra o Paulista (SP). “Com 21 anos eu fui negociado com um clube da Bélgica. Passei por três clubes belgas e vivi sete anos lá”, completa.

Vida belga
Em 2007, Eder chegou ao Beerschot. Precisou se adaptar à rotina e aos costumes dos belgas, coisa que ele diz não ter sido um grande problema. “Tinha sul-americano no time, e a língua espanhola pra mim foi mais fácil de reconhecer. Eu só saía com esses companheiros de equipe para ir no supermercado e fazer coisas assim”, explica.

Para o guabirubense, seu primeiro ano no Beerschot, em que foi apontado entre os 11 melhores atletas na competição nacional do país, foi um dos melhores de sua carreira. Na equipe belga, ele foi realocado para o meio-de-campo, passando a atuar como volante.

Mas não foi no clube da Antuérpia que Eder teve sua maior conquista da carreira. Na temporada 2008 / 2009 ele foi negociado com o Racing Genk, sendo que foi campeão da Copa da Bélgica – o clube tem apenas quatro títulos nesta competição. “Foi um período muito vitorioso, em que cheguei a ser cogitado por muitos outros clubes, mas acabou não dando certo e fiquei pelo país mesmo”.

Antes de se despedir da Bélgica, Eder jogou ainda no Charleroi por seis anos, maior tempo em que permaneceu em um mesmo clube de fora do país.

Despedida dos gramados

Agora mais próximo da família, atleta quer ajudar o Lageadense a ser campeão. Foto: Marcos Borges

Eder seguiu sua carreira na Europa entre os anos de 2014 e 2016, atuando pela equipe grega Asteras Tripolis. “A Grécia, para mim, se assemelhou muito mais ao Brasil. Lá você encontrava barzinhos, com o pessoal tomando uma cerveja, diferente da Bélgica em que o povo era bem mais fechado”, explica.

Porém, neste período ele passou a conviver com as lesões. Ele chegou, ainda, a disputar cerca de três jogos por uma equipe da quarta divisão da Alemanha, mas problemas no joelho e na coluna o forçaram a pendurar as chuteiras. “Não dava para treinar e jogar profissionalmente. Sempre que eu recuperava de uma dor, machucava em outra parte. Meu corpo já não respondia também aos treinamentos de alto rendimento”, completa.

Compromisso com o Lageadense
O volante não queria saber de jogar campo em 2017, seu primeiro ano após a aposentadoria, mas a vocação para o esporte e a insistência dos amigos – do primo Gustavo Tormena, também ex-atleta profissional – o fizeram aceitar a missão de atuar pelo Lageadense. “Tem sempre uma pressão né, a gente vem do profissional e a cobrança pra que jogue bem é bastante, mas está dando tudo certo”.

Depois de longos anos atuando a um oceano de distância, finalmente Eder pode voltar a jogar próximo de sua família. Feliz com a nova fase, o atleta mira não apenas o título, mas também uma bela história com a camisa do Lageadense. “Acho que minha principal motivação é poder colaborar com essas pessoas, deixar esse povo feliz, já que batalham muito para reerguer o clube”.