Jogo festivo com ex-jogadores comemora os 30 anos do Brusque Futebol Clube
Evento contou com partida entre as equipes campeãs de 1992 e 1997, neste domingo, 10
Com momentos de descontração, emoção e lembranças, os ex-jogadores do Brusque Futebol Clube comemoraram os 30 anos de fundação do time, além de relembrar os 25 anos da conquista do título Catarinense de 1992 e o título de 1997, da segunda divisão. O evento festivo ocorreu na manhã deste domingo, 10, no Sesc.
Para marcar a data, os atletas veteranos do Clube Atlético Carlos Renaux fizeram um jogo para abrir a festividade. Na sequência, um desafio foi proposto aos ex-jogadores: uma partida entre as equipes campeãs de 1992 e de 1997.
O jogo terminou em empate de 2 a 2. Os gols da equipe de 97 foram marcados por José Élcio Câmara, o Polaco, e Rodrigo José Rodrigues. Já Neilor anotou os dois do grupo de 92.
O idealizador do encontro, Edemar Luiz Aléssio, o Palmito, que também foi um jogador de 92, afirma que é muito gratificante reunir as turmas que fizeram história no futebol catarinense, em especial, na cidade de Brusque. “É importante deixar essa chama sempre acesa”.
Além de ser campeão estadual com o time, Palmito foi também o artilheiro do time e vice-artilheiro do campeonato ao marcar 13 gols, no ano do título. “Participei de seis títulos estaduais, mas o mais importante para mim foi o do Brusque, porque também foi o mais difícil. Lutamos contra tudo e contra todos”.
Washington Luiz Alves da Silva, 60 anos, foi quem fez um dos gols da vitória. Até hoje, o carioca, morador de Balneário Camboriú, acompanha a trajetória do Bruscão. Nos 20 anos de carreira no futebol, o atleta passou por 11 times e foi campeão também com o Santos, em 1978. Mas é do Brusque que ele guarda recordações memoráveis. “Foi uma satisfação participar do time e fazer um gol que deu a vitória ao Brusque”.
Para ele, o reencontro com a equipe foi emocionante, pois pode rever os amigos que há muito tempo não tinha contato. “Acho que todos os clubes deveriam fazer esses encontros, ainda mais quando se tem um título destaque, como o Brusque. Isso eleva a nossa autoestima”.
Cláudio Luis Martha de Freitas, 50, veio de Porto Alegre (RS) especialmente para o encontro festivo. O ex-jogador lembra que o título do Brusque foi importante não somente para o clube, mas para a cidade, poi foi um fato inédito. “Nós tínhamos um time fechado. A gente se conhecia bem, o que ajudou bastante para a decisão”.
Na época, o título significou muito, pois era um time pequeno vencendo renomados times do estado. “Fizemos com que nos respeitassem. Hoje Brusque é o Brusque. Tem força, tem moral e tem respeito”, diz Freitas.
Grandes histórias
O técnico do time campeão de 1992, Joubert Pereira, 66, esteve presente na festa de comemoração e contou grandes histórias do time e dos jogadores. Todas lembradas em meio a muitos risos. Para ele, a passagem pelo Brusque foi bastante importante para a carreira. “Eu estava há apenas 3 anos no profissional e já conquistamos um título com tamanha importância”.
Pereira destaca que o conquista foi possível pela harmonia e união do grupo, tanto jogadores, como comissão técnica e diretoria. O ex-técnico lembra bem da final, em 13 de dezembro de 1992, no estádio Augusto Bauer. O jogo era contra o Avaí e o estádio estava lotado com a torcida brusquense.
Naquele ano, além de ser campeão catarinense, o Brusque também conquistou o título da Copa Santa Catarina. “Na época éramos praticamente uma família. Passei por outros times depois, mas nunca mais consegui montar um time que fosse tão unido como o Brusque era”.
Pereira também lembra dos momentos difíceis, como quando começou a montar o time. “Eu trouxe muitos jogadores de fora, especialmente do Rio Grande do Sul, então até entrosar todos foi bem complicado”, conta.
Há um mês, o ex-técnico se mudou para Camboriú e agora pretende estar mais próximo do time e acompanhar os projetos do Brusque. “Eu só tenho a agradecer ao Palmito por proporcionar aos atletas, comissão técnica e diretoria essa lembrança e nos unir novamente em datas comemorativas. Isso é muito bonito”.
Lembranças de 97
Antes de jogar pelo Bruscão e ser campeão da segunda divisão, em 1997, Polaco havia participado também da grande final de 92. Porém, naquele ano ele estava no lado contrário.
Com 23 anos na época, ele jogava pelo Avaí e lembra da decepção que foi para o time perder para o Brusque. “O Avaí desmereceu a força do Brusque. Não entendíamos como que um time da capital havia perdido para um time pequeno. Sentimos muito, até porque ninguém esperava o gol marcado pelo Washington e naquele momento não tinha mais como reverter o placar”, lembra.
Cinco anos depois, Polaco integrou a equipe do Brusque e entendeu de onde vinha a força do time: na união. “O Brusque me emociona. Eu aprendi a amar o time, acompanhar e torcer. É um time diferente, é uma família, a torcida também se diferencia”, diz, com lágrimas nos olhos.
Em 97, Polaco teve o prazer de ser campeão com o time na segunda divisão e lembra que no ano seguinte, em 98, Brusque fez uma campanha extraordinária na primeira divisão. “Brusque tem tradição e força no futebol catarinense”, avalia.
Rodrigo José Rodrigues, 41, também integrou a equipe em 98 e até hoje possui uma grande ligação com Brusque, onde é, há dois anos, gerente do time. Ele afirma que o clube não é formado só pelos atletas e dirigentes, mas também pela torcida. “A cidade de Brusque é de um povo que torce e se volta para o futebol”, diz.
Rodrigues ressalta que o Brusque está com um projeto muito bom e busca atingir as metas para crescer sempre mais. “Esperamos em 2018 fazer ainda melhor do que nos últimos dois anos, pelo menos”.