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Ex-secretário de Obras diz que não fiscalizava mecânicas

Gilmar Vilamoski, gestor da pasta até semana passada, disse que pouco conhecia o processo de fiscalização dos serviços prestados por oficinas

O ex-secretário de Obras de Brusque, Gilmar Vilamoski, compareceu, na tarde de quinta-feira, 2, à reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga suspeita de fraudes em contratos de oficinas mecânicas com a prefeitura. Ela foi convocado pelos parlamentares para prestar esclarecimentos sobre como eram realizados os serviços das oficinas mecânicas junto à pasta, no que se refere às formas de solicitação, autorização e fiscalização dos serviços.

Vilamoski, que geriu a Secretaria de Obras de janeiro de 2012 até 31 de março deste ano, disse que não tinha conhecimento de como eram feitas as licitações e os termos dos contratos firmados com as oficinas. No entanto, afirmou que, quando chegou à pasta, não existia profissionalismo em relação à identificação e cadastro da frota. Em 2012, segundo ele, havia 80 veículos, e todos foram cadastrados.

Ele disse que, até a data em que esteve à frente da Secretaria de Obras, a pasta possuía 103 veículos, e que é mantido um cadastro individual de cada um deles, no qual é informado o valor gasto com conserto, entre outros dados.

Vilamoski disse que esse controle é necessário para, justamente, evitar fraudes em serviços. “É muito fácil, no meio de tanto equipamento, alguém fazer algo de errado”, afirmou, ressaltando que o procedimento para solicitação de serviços de oficinas era padrão: aparecendo o problema no veículo, o encarregado o identificava e encaminhava à empresa licitada.
Conferência dos serviços

O relator da CPI, vereador Ivan Martins (PSD), questionou o ex-secretário em relação aos procedimentos de fiscalização dos serviços realizados pelas oficinas. Martins diz que, segundo o contrato firmado com as oficinas, é estipulado que a fiscalização tem que ser realizada pela secretaria requisitante, que as peças tem que ser originais, e antes de serem colocadas, precisam ser apresentadas ao contratante, na caixa, para se comprovar que são novas.

Vilamoski, por sua vez, disse que não realizava, pessoalmente, a conferência dos serviços, e também não sabe dizer se algum funcionário fazia isso. Questionado sobre o relacionamento com os donos das empresas, ele mencionou que, logo que assumiu a secretaria, foi conversar com os proprietários da NIT Clínica Automotiva, por causa de relatos de demora no atendimento. Lá, foi informado de que a empresa estava com problemas para receber, por causa da demora nos trâmites da prefeitura, para realizar o pagamento.

Martins também perguntou sobre o servidor João Correa Rossato, ex-tesoureiro do PT de Brusque, que também era dono de uma das oficinas investigadas, a Auto Mecânica MG. Segundo o parlamentar, há relatos de que ele batia o ponto na Secretaria de Obras e ia prestar serviços no diretório, o que Vilamoski retrucou.

“Não tenho conhecimento disso e, se tivesse, jamais admitiria. Uma das prerrogativas de minha função era fiscalizar pelo bom funcionamento dos serviços. Ele tinha muito serviço externo, tinha que fazer a avaliação dos serviços de mecânica”, justifica.
Depoimento dispensado

O primeiro depoimento que estava marcado para as 14h de quinta-feira, 2, não foi realizado. Isso porque a testemunha convocada, Adriano Alves, motorista da Secretaria de Obras, que havia sido intimado por carta, não compareceu e não justificou a sua ausência.

O presidente da comissão, Alessandro Simas (PR), consultou os demais membros da CPI sobre a dispensa da testemunha, o que foi aceito por todos, já que Alves já depôs ao Ministério Público e, portanto, é possível consultar o teor de seu testemunho nos processos judiciais.

Para esta semana, está marcado o depoimento da ex-secretária de Educação, Gleusa Fischer, a qual deve comparecer à CPI na quarta-feira.