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Ex-seminaristas criam associação para realizar encontros de confraternização

Cerca de 40 ex-seminaristas integram a entidade

Com o intuito de confraternizar e de relembrar a época em que fizeram seminário em Brusque, ex-seminaristas criaram uma associação no último dia 17. Atualmente, integram a entidade cerca de 40 pessoas que residem tanto em Brusque quanto em Guabiruba, Blumenau, Navegantes e outros municípios da região.

Presidente da associação, José Pedrini, de 52 anos, conta que a ideia de criar a entidade surgiu a partir da necessidade do reencontro. Ele afirma que, como os ex-seminaristas estudaram juntos durante muito tempo, eles criaram uma identidade em comum.

“Nós convivemos bastante, então queríamos reviver os momentos bons do seminário. Queríamos saber o que cada um está fazendo hoje em dia, pessoal e profissionalmente. Então nesses encontros buscamos conversar, relembrar e falar sobre os dias de hoje”, afirma.

Pedrini entrou com 13 anos no seminário e saiu com 26. Ele decidiu não seguir a carreira quando restava apenas um ano para se tornar padre. Hoje professor aposentando, conta que desistiu por falta de vocação.

“Os padres falaram comigo e me deixaram bem livre para decidir. Eu tomei a minha decisão tranquilamente. É questão de vocação mesmo, mas o que eu sou e tenho hoje eu devo ao seminário. A maioria dos ex-seminaristas saiu por falta de vocação. Mas nas conversas que tivemos chegamos a um denominar comum de que o seminário tem muitas vantagens. Principalmente na parte de formação, de estudo e de disciplina”, avalia.

Um dos cerca de 40 integrantes da associação, o ex-seminarista Celso Deucher, de 40 anos, valoriza a criação da associação. Para ele, a entidade auxiliará a fortalecer os laços de amizade entre os participantes.

“Brusque é a capital catarinense dos seminários. Muitas pessoas vêm para cá para fazer seminário ou cursar filosofia nas nossas instituições. Na nossa época também era assim”, diz. “Para reunir o pessoal, fizemos um grupo no WhatsApp e começamos a nos organizar. Nós vivíamos muito unidos no seminário, mas depois cada um foi para um lado e as coisas degringolaram. Nos víamos na rua, mas não tínhamos essa aproximação”, completa.

De acordo com Deucher, há uma mística em comum entre os ex-seminaristas devido à convivência e às rezas diárias.

“É uma equipe que tem um coração diferente dos demais. Nós aprendemos a gostar do ser humano de uma forma diferente. Muitos de nós até queríamos ser padres, no entanto, formamos famílias. Mas ainda seguimos frequentando a igreja”.

Encontros

O presidente da associação planeja reunir os ex-seminaristas a cada dois meses. O próximo encontro deverá ocorrer no dia 14 de maio. Ainda segundo Pedrini, durante os encontros, além de conversarem, os integrantes também rezam.

“Como estamos no início, por enquanto serão encontros somente com os ex-seminaristas. Mas a ideia é envolver as esposas e os filhos também. Para fazermos orações, conversarmos e nos tornarmos uma verdadeira família”, afirma.