Exame confirma primeira morte por dengue grave em Santa Catarina
Professor universitário Alisson Klam, 37, morreu em 13 de março, em Chapecó
Professor universitário Alisson Klam, 37, morreu em 13 de março, em Chapecó
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) informou no fim da semana passada que o Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, confirmou o diagnóstico laboratorial de dengue grave, também conhecida como dengue hemorrágica (que deixou de ser empregado em 2014), para o professor universitário Alisson Klam, que morreu em Chapecó, no Oeste do estado, em 13 de março.
Como se tratava de um óbito suspeito de dengue, foi realizada uma investigação conjunta entre as secretarias estadual e municipal de Saúde, utilizando o Protocolo de Investigação de Óbitos por Dengue do Ministério da Saúde. Os resultados da investigação epidemiológica, aliada à confirmação laboratorial do caso, confirmam o primeiro óbito por dengue grave registrado no estado.
O governo do estado reforça a necessidade da população procurar atendimento imediato caso apresente sintomas de dengue (febre alta, dores pelo corpo, mal estar), para que as unidades de saúde apliquem o protocolo de manejo clínico e classificação de risco frente a um caso suspeito de dengue, além de se intensificar as ações de prevenção, eliminando possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Sinais e sintomas
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39°C a 40°C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.
Com a diminuição da febre, entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.
Quadros graves
Sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de alarme. Alguns pacientes podem, ainda, apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.
O choque ocorre quando um volume crítico de plasma (parte líquida do sangue) é perdido através do extravasamento nos vasos sanguíneos e caracteriza-se por pulso rápido e fraco, diminuição da pressão de pulso, extremidades frias, demora no enchimento capilar, pele pegajosa e agitação. O choque é de curta duração e pode levar à recuperação rápida, após terapia apropriada, ou ao óbito, de 12 a 24 horas.
Qualquer pessoa pode desenvolver formas graves de dengue, já na primeira infecção, apesar da maior frequência ser entre a segunda ou terceira infecção devido à resposta imune individual. No entanto, crianças, gestantes e idosos, além daqueles em situações especiais (portadores de hipertensão arterial, diabetes melitus, asma brônquica, alergias, doenças hematológicas ou renais crônicas, doença grave do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença autoimune) têm maior risco de apresentarem quadros graves de dengue.
Na presença de sinais de alarme, o paciente deve retornar imediatamente ao serviço de saúde.
Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias numa cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da dengue e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.