João Henrique Krieger/O Município
EXCLUSIVO – Geração de energia solar em Brusque cresce e bate recorde dos últimos sete anos
Dados correspondem à quantidade de energia injetada na rede da Celesc
A geração de energia solar em Brusque continua crescendo e, em 2024, o município bateu o recorde dos últimos sete anos, com 22,6 milhões de quilowatt-hora (kWh) gerados. Até maio de 2025, já foram registrados 9,6 milhões de kWh. Os dados foram fornecidos com exclusividade ao jornal O Município pela Celesc.
As informações divulgadas referem-se apenas à energia solar gerada por unidades consumidoras de Brusque e injetada na rede da Celesc.
O levantamento cobre o período de 2018 a 2025. Segundo a companhia, os dados anteriores a esse intervalo são escassos. Em primeiro lugar está o ano de 2024, com 22.584.083 kWh. Em seguida vêm 2023 (15.567.355 kWh) e 2022 (11.406.168 kWh).
Em 2021, foram gerados 6.880.353 kWh; em 2020, 3.440.898 kWh; e em 2019, 1.428.518 kWh. Esse foi o último ano em que a geração ultrapassou a marca de 1 milhão de kWh antes do grande crescimento. O menor registro em 2018, com 312.506 kWh.
Tiago Cunhaco, proprietário da TS Energia Solar, empresa com cinco anos de atuação em Brusque, explica que o aumento nas contas de luz é um dos principais fatores que levam as pessoas a investir em energia solar. Além disso, ele aponta que, nos últimos três anos, o preço dos painéis solares caiu significativamente.
“As pessoas estão percebendo que é possível economizar com energia solar. De uns anos para cá, o valor do kit fotovoltaico (conjunto de painéis solares) caiu cerca de 80%, o que ajudou bastante. A regulamentação também evoluiu muito. Antigamente, era tudo no escuro. Hoje, há diversas opções”, afirma.
Tiago prevê que a tendência de crescimento continuará forte nos próximos anos, impulsionada pelo surgimento constante de novos equipamentos e tecnologias no setor.
Retorno do investimento
Segundo o empresário, o retorno sobre o investimento em energia solar ocorre, em média, entre três e cinco anos, podendo ser até mais rápido. Em 2019, o perfil predominante de consumidores era composto por empresários e produtores rurais. Hoje, famílias com contas mensais em torno de R$ 400 são o principal público.
Ele ressalta que, mesmo com os painéis solares, a fatura de energia elétrica não é zerada, já que algumas taxas continuam sendo cobradas. Ainda assim, a economia pode chegar a 95%, o que representa milhares de reais poupados ao longo dos meses.
Em 2021, Jadson Poleza decidiu investir em energia solar. Ele contratou uma empresa especializada e instalou as placas em sua casa, no bairro São Pedro. O investimento foi de R$ 30 mil.
Segundo ele, os benefícios foram praticamente imediatos, pois, já no mês seguinte à instalação, a conta de luz caiu drasticamente.
“Na minha casa somos eu, minha esposa e duas crianças. Sempre consumimos bastante energia com ar-condicionado, três chuveiros, piscina, freezer, entre outros. Minhas placas geram cerca de 700 kWh por mês, o que permitiria um gasto de R$ 750 a R$ 800. Depois da instalação, pago apenas a taxa da Celesc, de R$ 100”, relata.
Como funciona a instalação
Quem deseja aderir à energia solar deve procurar uma empresa especializada, que irá analisar o consumo da residência e elaborar um projeto com os equipamentos necessários.
Toda a documentação é enviada à Celesc e, segundo Tiago, o prazo para análise e aprovação é de cerca de um mês. Após a aprovação, a empresa realiza a instalação das placas e envia a comprovação à Celesc, que tem até duas semanas para fazer a troca para o relógio bidirecional – equipamento que registra tanto o consumo quanto a geração de energia.
Com o equipamento em funcionamento, há um ponto que deve ser destacado: a diferença da energia consumida e injetada na rede da Celesc. Se uma pessoa instala um kit para gerar R$ 1 mil de energia por mês e acaba gastando apenas R$ 500, o excedente de energia é injetado na rede e se transforma em crédito, com validade de até cinco anos.
Porém, uma alternativa para não depender do crédito futuro, é direcionar a sobra de energia para outro local. Tiago explica que alguns clientes possuem mais de uma casa e, com documentação feita antes da instalação, conseguem mandar a energia para outro local.
“Sem o cadastro prévio, não conseguimos transferir o crédito para outra fatura. Mas, com o formulário preenchido, é possível usar a energia da casa de Brusque, por exemplo, para abater na conta da casa da praia, o que é o caso de muitos clientes. Por outro lado, se o consumo for maior do que o previsto no projeto, o excedente será cobrado normalmente pela Celesc”, finaliza.
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