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Experiências de fé: brusquenses relatam como é participar das missões na Bahia

Grupo viajou no mês de julho e ficou por uma semana em cidades do sertão

Em julho, 14 membros das igrejas católicas de Brusque viajaram até a Bahia para realizar missões nas paróquias de São João Batista, em Ipupiara, e Santa Rita de Cássia, em Luís Eduardo Magalhães.

Participaram das missões membros das paróquias Santa Catarina, São Luís Gonzaga, Santa Terezinha e São Judas Tadeu, de Brusque, e de São José, de Botuverá.

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Os missionários integraram um grupo de 80 pessoas da Arquidiocese de Florianópolis, que todos os anos promove missões na Bahia por meio de um projeto de Igrejas-Irmãs, do qual é irmã da Diocese da Barra. A cada ano um grupo visita uma das 14 paróquias do local.

A arquidiocese também tem uma casa de missão, onde a cada três meses dois missionários são enviados.

Nas missões deste ano, os participantes partiram no dia 11 de julho e encararam três dias e duas noites de viagem até o sertão baiano, onde ficaram por uma semana.

As missões são organizadas pelo Conselho Missionário Diocesano (Comidi), que na região é representado por Bernadete Becker.

Bernadete, 59 anos, mora no bairro Dom Joaquim e é membro da paróquia Santa Catarina. Desde 2010 ela participa das missões. Todos os anos ela convida pessoas que são mais engajadas na comunidade para participarem das missões na Bahia. Aceitando o convite, a pessoa precisa marcar presença em duas formações que são realizadas antes da missão.

Missão

Quando chegam ao município baiano, o bispo determina as atividades, como a realização de terço dos homens, culto e grupos bíblicos. Além disso, cada grupo é enviado para visitar as casas. Durante a visita, os missionários conversam com os moradores, leem uma passagem bíblica, rezam e benzem a residência.

Os grupos também fazem uma avaliação das necessidades da comunidade e no fim entregam para a paróquia, para que o trabalho tenha continuidade conforme as possibilidades.

De madrugada, os missionários rezam o terço caminhando, enquanto passam em cada rua que vão visitar durante o dia, em forma de preparação para o dia que está por vir.

Moisés Tarcísio Merisio, 57 anos, membro da paróquia São Judas Tadeu, foi para as missões na Bahia pelo quinto ano seguido. Ele esteve no grupo que foi para Ipupiara, junto com Bernadete. “É uma experiência gratificante. A gente convive com uma realidade completamente diferente da nossa”, conta o missionário.

Moisés participou das missões pela quinta vez seguida | Foto: Brenda Pereira

“Eles não têm nada, dependem muito do Bolsa Família e do pouquinho do quintal, que eles produzem com bastante dificuldade. O pouco que eles têm, dividem com as pessoas”, relata Moisés.

Registro das missões realizadas em Itaguaçu (BA) no ano passado | Foto: Arquivo Pessoal

“É um povo muito carente de tudo, mas eles são um povo muito feliz, muito acolhedor”, diz Bernadete.

Fábrica para produzir farinha de mandioca | Foto: Arquivo Pessoal

Bernadete conta que é muito bom ver o resultado do trabalho realizado durante as missões. Muitas vezes chega na comunidade e há crianças, jovens e adultos que não foram batizados e, quando retorna ao local, todos já receberam o batismo.

“As Santas Missões Populares na Bahia são uma semana de aprendizado que nenhum livro pode nos ensinar. É gratificante ver a alegria daquele povo com a chegada dos missionários”, enfatiza.

Comunidade se reúne para partilhar | Foto: Arquivo Pessoal

Como está desde 2010 participando, a missionária já passou por diversas experiências e se emociona ao recordar. Bernadete lembra que uma vez visitou a casa de uma mulher que estava deprimida porque havia sido abusada. Após as visitas dos missionários, ela começou a melhorar e participar mais da comunidade.

No ano passado, Bernadete reencontrou a mulher e descobriu que ela casou e teve filhos. “É gratificante”, afirma.

Além disso, por meio da evangelização dos missionários, o povo que mora no local começa a participar mais das comunidades. É comum uma pessoa que recebeu os missionários ajudar nas missões no ano seguinte. A missionária diz que conheceu um índio no ano passado e, neste ano, ele estava nas missões com o grupo.

Norma Lira, da paróquia São Luis Gonzaga, foi para o município de Luís Eduardo Magalhães. “É uma cidade em desenvolvimento em todos os sentidos, foi uma experiência ótima de missões nessa paróquia. Independentemente de crença ou religião, nos atenderam com muito respeito e alegria”, conta.

Norma foi para o município de Luís Eduardo Magalhães | Foto: Arquivo Pessoal

A missionária diz que a realidade das pessoas nas comunidades da paróquia Santa Rita de Cássia é bastante precária, principalmente na parte espiritual com os sacramentos da igreja católica.

Por isso, acredita que com as missões o objetivo de levar o evangelho em todos os lugares é cumprido. “É fazer Jesus ser mais amado e adorado por toda humanidade. É falar desse amor que Jesus tem por cada um de nós sem distinção. Nós somos instrumentos enviados para esse trabalho mas quem faz a obra é o Espírito Santo”, ressalta.

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