Fake news ou falsas notícias
Com o advento da informática, sobretudo, a aplicada à comunicação via internet, foram criados inúmeros neologismos. A maior parte deles provenientes da língua inglesa, principalmente, a falada nos Estados Unidos da América. Muitos são aportuguesados, outros não. Entre estes últimos estão as ditas “Fake News”. Este neologismo pode ser traduzido por “Falsas Notícias”. Mais precisamente, […]
Com o advento da informática, sobretudo, a aplicada à comunicação via internet, foram criados inúmeros neologismos. A maior parte deles provenientes da língua inglesa, principalmente, a falada nos Estados Unidos da América. Muitos são aportuguesados, outros não. Entre estes últimos estão as ditas “Fake News”. Este neologismo pode ser traduzido por “Falsas Notícias”. Mais precisamente, as notícias falsas ou mentirosas difundidas via redes sociais.
Existem, ao menos, dois tipos: as culposas e as dolosas. As primeiras são aquelas inventadas, imaginadas, sem intenção direta de ferir alguém ou grupo em particular.
Apenas, para alarmar ou para impressionar, por exemplo: “o papa Francisco deu a entender que vai renunciar essa semana.” (Não tinha intenção de derrubar o papa) As dolosas, porém, já têm embutida a intenção de ferir, de lesar alguém ou um grupo, a fim de auferir vantagens ou para denegrir a imagem ou honra de outrem. (por exemplo: “Um cardeal afirmou que o papa Francisco desviou dois milhões de euros para a sua família”. Sem checar nada, posta essa falsa notícia, apenas para lesar a imagem do papa e da Igreja.). Nessa está embutida a intenção de lesar, de ferir propositadamente.
Tanto umas como as outras são perniciosas à boa comunicação e à construção do bem comum, gerando intranquilidade e sentimentos menos nobres do ser humano, como ódio, vingança… Nada somam para a paz. Evidente que as dolosas são mais danosas às relações interpessoais e à convivência social entre as pessoas, porque ferem a dignidade da pessoa humana.
Hoje, já se tem pesquisas e estudos que apontam que as Fake News difundidas via redes sociais, na internet, geram maior engajamento dos usuários daquelas noticias dignas de crédito. Segundo esses pesquisadores, dá a impressão que as pessoas tendem a acreditar mais em qualquer informação que corrobore o seu modo de pensar, seus preconceitos e alimentem seus sentimentos de vingança, de raiva, de ressentimentos.
Assim, as postagens dessas Fake News amplificam e alimentam o ódio e a violência contra certos cidadãos, categorias profissionais, grupos, entidades e até povos, culturas e países. Por outro lado, promovem os que corroboram com suas ideias, ideologias, posições políticas, morais ou religiosas. Têm-se notícias que muitas dessas Fake News já foram aproveitadas para eleger pessoas para vida pública, em vários países, e para manipular a população em vista da mudança de certos valores ético-morais, compartilhados por grupos influentes da sociedade, promotores dessas Fake News.
Como cristãos ou cidadãos (ãs) responsáveis temos que ser sempre partidários e promotores da verdade, jamais da mentira ou falsidades. “Por isso mesmo – diz o papa – educar para a verdade significa ensinar a discernir, a avaliar e ponderar os desejos e as inclinações que se movem dentro de nós, para não nos encontrarmos despojados do bem ‘mordendo a isca’em cada tentação”. Continua dizendo: “E então como defender-nos? O antídoto mais radical ao vírus da falsidade é deixar-se purificar pela verdade”. «A verdade vos tornará livres» (Jo 8, 32).
(Mensagem por ocasião do 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano de 2018)