Fala, Brusque! Apesar de Brusque não ter esgoto tratado, 43% da população aprova saneamento básico
De acordo com especialistas, resultado mostra o desconhecimento da população sobre o assunto
Apesar de não ter nem um metro de rede de tratamento de esgoto em Brusque, 40,91% dos entrevistados pelo Instituto de Pesquisas Sociais (IPS) da Univali/Unifebe, na pesquisa encomendada pelo Município Dia a Dia, afirmam que as condições de saneamento básico na cidade são boas e outros 2,20% consideram ótimas.
A pesquisa também mostra que 28,74% da população avalia as condições de saneamento básico como regular; 15,10% como ruim; 9,82% como péssimo; e outros 3,23% não respondeu.
O diretor geral da Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí (Agir), Henrich Luiz Pasold, destaca que quando se fala em saneamento básico, não pode ser levado em conta apenas o tratamento de esgoto, no entanto, este é um fator determinante para que o saneamento básico obtenha índices satisfatórios de avaliação. “Geralmente, as pessoas não sabem o que é saneamento básico. Se for levar em consideração que Brusque não tem nada de tratamento de esgoto, o resultado da pesquisa teria que ser totalmente diferente”, diz.
Já para o coordenador operacional de campo do IPS, Fabrício Beirão, como a pesquisa foi feita em âmbito geral, a população levou em conta a sua percepção particular e não o serviço prestado pela prefeitura. “Podemos avaliar que as pessoas responderam como se fosse do esgoto que está saindo da casa dela, das suas particularidades, não respondeu em si, sobre o tratamento oferecido pela prefeitura, mas sim, o que acha da própria casa, da sua rua”.
O saneamento básico é composto por cinco serviços: tratamento de água, tratamento de esgoto, coleta de lixo, limpeza urbana e águas pluviais. Pasold ressalta que em Brusque, todos os outros itens são bem avaliados, porém, a falta de tratamento de esgoto não pode ser tolerada. “Em termos de esgoto não está bom, está péssimo. Hoje, Brusque está muito atrasada em relação a todos os outros municípios da região. A cidade tem mais capacidade financeira para fazer do que muitos outros, mas ainda não tem nada”, diz o diretor-geral da Agir.
Ele lembra que existe o Plano Municipal de Saneamento Básico, mas que, segundo ele não está sendo cumprido. “No plano de saneamento tem as metas e nós já verificamos que elas não estão sendo cumpridas da forma que deveria. Já existem várias situações que notificamos o município e estamos cobrando para que entendam que a cidade tem um plano para cumprir”.
Colaborou Daiane Benso
Projeto em andamento
A diretora-presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Fabiana Dalcastagné, diz que no que se refere a esgoto, a autarquia contratou um projeto que deve ser entregue ainda neste ano. “O esgoto não está na nossa competência, mas provavelmente vamos abarcar esse serviço também. A implantação da rede de esgoto já deveria ter começado, mas esse projeto de implantação que foi contratado pelo valor de R$ 1 milhão ainda não foi entregue. Assim que recebermos este projeto, o próximo passo é dar um start, ir atrás de recursos, porque não podemos mais esperar”.