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Fala Brusque! Pesquisa indica que população avalia positivamente a Educação no município

Gestores da área avaliam o resultado como satisfatório; principal desafio é a valorização dos professores

A pesquisa do Município Dia a Dia em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais (IPS) Univali/Unifebe mostra que a situação da educação em Brusque é boa para 37,61% dos entrevistados e ótima para outros 2,88%. Já 33,86% dos entrevistados considera a educação regular no município, bem como 11,96% classifica como ruim e 8,36% avalia como péssima. O percentual dos que não sabem ou não responderam foi de 5,33%.

Ao avaliar o resultado da pesquisa, a secretária de Educação de Brusque, Gleusa Fischer, levou em consideração a somatória dos que consideram a educação boa e ótima (40,49%). Para ela, o resultado foi satisfatório, mas poderia ter sido melhor. “A população avalia muito por tudo aquilo que houve no país. É muito fácil dizer que a educação não tem qualidade, mas isso não é verdade, tem casos e casos”.

Gleusa diz que desde 2009, a área teve uma crescente maior do que a populacional. “O IBGE diz que de 2010 a 2015 a nossa população cresceu 19%, mas não foi isso que aconteceu com a oferta da educação infantil. De 2009 a 2016 crescemos mais de 100% na oferta deste tipo de vaga”.

Segundo ela, em 2009 o município oferecia 1.800 vagas e, neste ano, já são quase 5.600 crianças de seis meses até cinco anos atendidas pela rede municipal. “A de se considerar também o fato de que a obrigatoriedade do atendimento de crianças com 4 e 5 anos passou a vigorar em 2016, mas a rede municipal em 2012 já atendia toda a demanda nessa faixa etária que viesse nos procurar”, diz.

“Esses são dados que precisam ser considerados e a população quando avalia a educação, avalia só sob o seu ângulo, não avalia o processo pedagógico como um todo”, completa.

A secretária também destaca que o resultado da pesquisa poderia ter sido mais positivo, já que a rede municipal tem um quadro efetivo de profissionais qualificado e avançou muito na inclusão, construção e reforma de novos espaços e no transporte escolar. “A população quer ter a vaga pro filho na escola e por isso não avalia o que está por trás”.

A gerente de educação da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Brusque, Sônia Pereira Maffezzolli, diz que as nove escolas do município tem bons resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e que a insatisfação de 54% dos entrevistados (somando regular, ruim e péssimo) pode estar relacionada aos problemas financeiros que a rede estadual tem enfrentado desde o ano passado. “Escolas que tinham uma estrutura melhor e começou a estragar, hoje não é mais arrumada. Tudo pode levar essa insatisfação, não apenas o lado educacional, a qualidade do ensino”, diz.

O reitor do Centro Universitário de Brusque (Unifebe), Günther Lother Perstchy, destaca que o resultado da pesquisa pode ser considerado sob dois aspectos: o regular como satisfatório ou insuficiente. Em ambos os aspectos, ele afirma que a educação ainda tem o que melhorar. “O ensino do nosso município tem diferenciais em relação a realidade brasileira como um todo. Temos boas escolas no ensino básico, médio e superior, entretanto, temos uma oportunidade de evolução muito grande. Sabemos que não pode ser considerada ótima, mas também não é péssima. O resultado da pesquisa demonstra uma situação em que podemos considerar que a educação está satisfazendo uma necessidade”.

No que se refere à educação superior, Perstchy destaca que é preciso melhorias urgentes tanto no ensino básico como no médio. “Nós, como universidade, percebemos que precisamos de uma grande reforma, trazer para o nosso contexto o que as nações desenvolvidas estão fazendo. Não podemos pensar em ter um futuro melhor hoje sem investir em educação”.


Principais desafios

Gleusa diz que o principal desafio da educação na rede municipal é o poder público conseguir acompanhar o crescimento populacional e suas demandas. “A cidade continua numa crescente. Brusque avançou muito, ainda não é o desejado, temos uma fila de 800 crianças esperando pela vaga, mas já foi muito mais”.

Outro desafio apontado pela secretária é o investimento na formação continuada de seus profissionais. “Cada vez mais, a valorização do profissional é necessária, precisamos acompanhar essa demanda, o profissional da educação precisa ser melhor remunerado para que possa investir cada vez mais na sua profissão”.

Da mesma forma, a gerente da ADR diz que os desafios da rede estadual são melhorar cada vez mais os índices do Ideb e também investir mais em capacitação para os professores “para que estejam bem preparados e possam ter melhor desempenho e, os alunos, maior aproveitamento”.

Na mesma linha, o reitor da Unifebe diz que o principal desafio é o investimento, principalmente, nos professores. “Investir em educação não é reformar escolas, construir quadras. Precisamos ter bons mestres, educadores satisfeitos, bem remunerados. Não haverá nenhuma outra profissão sem a passagem pelos professores nos primeiros anos. Precisamos de uma grande transformação, principalmente, na educação básica para que a gente tenha uma universidade cada vez mais forte”.

Colaborou Marcos Borges