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Falsa denúncia de feminicídio termina com prisão de facção em Brusque

Investigações iniciaram no ano passado

A denúncia de uma suposta tentativa de feminicídio, em outubro de 2020, gerou uma investigação que resultou na prisão de membros do alto escalão de uma facção criminosa catarinense em Brusque. Ao todo, nove pessoas foram indiciadas e cinco prisões preventivas decretadas.

A investigação começou após um casal denunciar uma tentativa de feminicídio. Conforme o boletim de ocorrência registrado, o ex-namorado da mulher teria passado em frente a residência da vítima e atirado em sua direção. Pelo reflexo, seu atual companheiro teria se jogado em frente à parceira para protegê-la do tiro, e assim, sua perna ficou ferida.

A investigação do caso ficou aos cuidados da Delegacia de Polícia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso de Brusque (DPCAMI). Devido às inconsistências dos depoimentos, o celular de do atual companheiro foi recolhido e a partir de então uma nova investigação iniciou. Foi apurado, através de mensagens, que o tiro foi disparado acidentalmente pela própria vítima.

Tráfico de drogas

Após a apreensão do celular do homem e das descobertas feitas, a investigação passou para a Divisão de Investigação Criminal de Brusque (DIC). Desde então, a Polícia Civil tem monitorado e investigado um grupo que atuava com tráfico de drogas e corrupção de menores na cidade.

Foi possível identificar cargos e membros de diferentes categorias e poder dentro de uma facção criminosa catarinense. Dentre elas, estão dois homens que atuaram como “disciplina geral da cidade”. Posição conhecida no meio policial como o mais alto nível dentro de um município.

Eles eram responsáveis em gerenciar o trabalho dos demais membros da facção, manter contato com os superiores, repassar a eles as situações que precisam de uma solução. Além disso, decidiam pendências, determinavam consequências aos membros que não cumpriam seu papel e fiscalizavam a ação dos demais membros da facção.

Durante a investigação, também foi identificado o envolvimento de outro indivíduo na organização. Ele ocupava o cargo de “central de crédito (CDC)”. Lá ele era responsável em manter atualizado o cadastro de pessoas que deviam para a facção ou para membros da facção, como dízimo ou dívidas de drogas.

Prisão e indiciamento

As prisões preventivas decretadas foram para  cinco pessoas. Os dois que ocuparam cargo de “disciplina geral da cidade”, o que atuava como “CDC”, e outros dois, incluindo o autor da denúncia que iniciou a investigação, que ocupavam cargos considerados baixos na organização criminosa.

No momento em que a investigação concluída, apenas o homem que causou o início da investigação seguia livre. Os demais envolvidos estão detidos por outros crimes, sendo que um deles estava em prisão preventiva.

Além deles, foram indiciadas a mulher, suposta vítima de feminicídio, a proprietária de um estabelecimento onde os entorpecentes eram comercializados e ser conivente com o ato e outros dois homens que auxiliavam o companheiro da denúncia inicial na venda das drogas.


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