Falso: casal brusquense tem foto associada a acidente fatal em Criciúma
Mensagem circula no WhatsApp, acompanhada de vídeo, dizendo que Clovis Amorim e Ângella Manduca morreram
Mensagem circula no WhatsApp, acompanhada de vídeo, dizendo que Clovis Amorim e Ângella Manduca morreram
A repercussão do vídeo de um acidente ocorrido em Criciúma na tarde de sábado, 25, causou sérios problemas ao casal brusquense Clovis Amorim e Ângella Manduca. Agora moradores de Pomerode, ambos foram surpreendidos com diversas ligações de pessoas preocupadas.
As imagens compartilhadas nas redes sociais trazem o cenário do acidente que causou a morte de uma adolescente de 16 anos e um jovem de 21. Os dois estavam em uma motocicleta quando bateram com um ônibus do transporte público de Criciúma. Eles morreram na hora.
Por algum motivo, a foto do casal vítima do acidente foi associada ao casal brusquense, que teve uma foto do perfil do Facebook compartilhada, como se Ângella e Clovis fossem as vítimas.
“Não estávamos em casa quando começaram a circular essas imagens e começamos a receber muitas ligações e mensagens e ficamos assustados, pois minha filha de 25 anos recém tinha saído de casa para ir a Brusque e eu não estava conseguindo contato com ela também”, conta Ângella.
Ela revela que passou por uma cirurgia na quinta-feira, 23, pois luta contra um câncer e está ainda em recuperação. “Foi a primeira cirurgia que eu fiz e havia pedido para meu marido, que fez aniversário na quinta-feira também, para darmos uma volta de carro. Foi então que começamos a receber as mensagens. Pessoas ligavam com a voz trêmula”.
A situação se tornou bastante constrangedora para o casal, que teve que imediatamente ligar para familiares mais próximos, como os pais, para tranquilizá-los antes mesmo de receberem a falsa notícia. “Ficamos muito preocupados, pois se chega essa informação para minha sogra, por exemplo, que já é idosa, ela passaria mal”, comenta Ângella.
Para esclarecer a situação, Ângella decidiu fazer uma postagem em seu Facebook para informar aos amigos o grande equívoco. O marido também já entrou em contato com o advogado para pedir orientações e saber o que podem fazer em relação ao caso. “Faremos um boletim de ocorrência para que a polícia investigue essa situação, pois usaram de má-fé nossa imagem para uma situação muito séria”, diz.
Ângella afirma que não possuem suspeitas de quem possa ter feito isto, mas também pede a colaboração das pessoas para que parem de repassar as imagens. “A pessoa que fez isso só pode ter muito ódio no coração, pois teve o trabalho de tirar um print (imagem) do perfil do nosso Facebook para usá-la de forma maliciosa”.
Danos morais
O delegado da Polícia Civil, Leandro Sales, explica que para situações como estas, de compartilhamento de informações falsas e fotos e vídeos de acidentes, as vítimas ou a família pode entrar com uma ação de danos morais. “Isso vale para qualquer pessoa que propague essas imagens. Com exceção da imprensa que trabalha com o bom senso e utiliza imagens com o direito da informação”.
Além deste crime, Sales ressalta que a propagação de notícias falsas ou imagens de vítimas de acidentes pode configurar prejuízos na vida pessoal e da família, como foi o caso de Ângella e Clovis. “Dependendo da situação, como num fato inventado, pode ser enquadrado ainda como difamação e calúnia”, ressalta o delegado.