Falta de banheiros expõe limitações de praça do Jardim Maluche
Sem opções, visitantes recorrem a casas de vizinhos
O movimento de uma das principais áreas pública do bairro Jardim Maluche contrasta com a limitação dos serviços oferecidos no espaço.
O ambiente que chega a reunir cerca de 800 pessoas aos fins de semana e não tem alternativas públicas de banheiros ou acesso à água. Um prédio, que já serviu de guarita para a Polícia Militar, até possui a estrutura básica, mas fica fechado durante o período e é alvo recorrente de vandalismo.
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Com isso, as casas de moradores do entorno da praça, como a de Ivone Klabunde, 71 anos, são procuradas por quem frequenta o local. Segundo ela, o volume pessoas é maior durante os finais de semana e o fluxo gerado deixa moradores apreensivos quanto a manter o acesso aos pátios.
“Ficamos meio apreensivos de deixar pessoas desconhecidas entrar, mas temos pena”, explica.
Entre os casos que a moradora já precisou dispor da casa para pessoas, lembra do caso de uma senhora que precisou ir ao banheiro antes de uma avaliação de auto-escola. No ano passado, um acampamento de um grupo de escoteiros precisou de assistência da moradora. Como conhecia um dos responsáveis pelo grupo, eles utilizaram o espaço da casa entre a manhã e noite.
Mesmo com a boa vontade dos vizinhos, ela acredita que a disponibilidade da estrutura daria mais autonomia para quem frequenta a praça. “Se tivesse um banheiro público, seria diferente. Seria uma questão de cultura para se manter o ele limpo ou ter alguém para cuidar”.
Ponto de encontro
Moradora há 44 anos do local, Ivone atribui o movimento à falta de alternativas de áreas de lazer nos bairros. O local costuma receber não só visitantes, mas abrigar eventos e encontros e práticas de esportes. Sem torneiras e bebedouros disponíveis, casos de crianças pedindo água também são recorrentes.
Outra dificuldade para quem precisa transitar pela área a falta de cuidado com o calçamento da praça. A moradora afirma evitar utilizar o local para caminhadas devido às irregularidades causadas por raízes de árvores.
Assim como Ivone, Marilda Genezini, 76, já precisou atender os visitantes necessitados. “Estamos aqui para servir, não para ser servidos e é incômodo para quem vem com crianças e não tem como fazer e acaba tendo que ir embora e não pode aproveitar direito”.
De acordo com ela, as melhorias chegaram a ser prometidas aos moradores, mas acabaram não avançando. Na avaliação dela, o espaço é bem aproveitado, mas com os investimentos poderia ser mais agradável para os visitantes.
Demanda diária
O instrutor de auto escola Joel Vanderlinde, 36, convive com as limitações da praça todos os dias. Assim como ele, mais de 20 outros instrutores de sete empresas diferentes usam o entorno para aulas e avaliações de carro.
Em contato com o jardineiro da praça, o grupo conseguiu acesso ao banheiro, no antigo prédio usado pela PM durante o período da manhã. Em troca do uso, colaboram com dinheiro para compra de materiais de limpeza.
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Para ele, a parceria foi paliativa e não soluciona a demanda. Um agravante indicado são os casos de vandalismo, como pichação e sujeira no prédio. “Deveria ter banheiros comunitários, públicos, com alguém cuidando. Quando alguma aluna precisa, precisamos ir até algum posto de combustíveis”.
Projeto
A busca por alternativas para a situação é indicada como prioridade para Associação de Moradores do bairro. Segundo a presidente, Ana Leal, o tema já foi discutido e o grupo se articula para conseguir formas de viabilizar a construção da estrutura. “Já solicitamos que sejam construídos um banheiros públicos, mas não tivemos eco em nosso pedido e vamos continuar insistindo”, afirma.
A proposta indicada pelas moradoras é confirmada pelo Executivo, mas sem previsões de ser desenvolvida. Um projeto de restauração da infraestrutura está no Departamento Geral de Infraestrutura (DGI) e o governo busca captação de verbas para a execução.