Família dona de terrenos que serão desapropriados para Beira Rio contesta Prefeitura de Brusque
Segundo Vanessa da Silva Reimer, município não os procurou nem tem esclarecido a situação
Segundo Vanessa da Silva Reimer, município não os procurou nem tem esclarecido a situação
A família herdeira dos três imóveis que serão desapropriados pela Prefeitura de Brusque no bairro Santa Terezinha afirma que não existe diálogo por parte do município. Uma das herdeiras, Vanessa da Silva Reimer diz que em nenhum momento foi procurada oficialmente por funcionários públicos para informar do andamento do processo.
Os três terrenos que serão desapropriados ficam na rua Júlio Orthmann. A prefeitura os quer porque por ali passará o prolongamento da avenida Bepe Roza, a Beira Rio.
Vanessa contesta completamente a versão apresentada pelo vice-prefeito Ari Vequi quanto às negociações, publicada pelo jornal na terça-feira, 28. “Nunca nos chamaram para uma reunião para explicar”, diz. Além dela, mais três irmãos herdaram os três lotes e, conforme ela, ninguém nunca participou de uma conversa oficial.
Ela conta que o que se sabe “é o dito pelo não dito”. São conversas informais com os funcionários que trabalham no prolongamento.
Além de afirmar que não existe diálogo com a prefeitura, ela também diz que a família não se nega a desapropriar a área. Entretanto, não pelos R$ 97 mil que o município ofereceu judicialmente.
Numa das conversas informais iniciais com representantes da prefeitura, segundo Vanessa, foi comentado que o valor pelos três lotes poderia ser de R$ 185 mil. Algo mais aceitável por parte da família, mas na hora de pagar o valor foi bem abaixo.
Vanessa diz que os três lotes realmente ficam perto do rio, portanto, 30 metros são área de preservação permanente (APP) e não podem ser usados para construções. Mas, conforme ela, ainda sobra uma grande área útil, por isso, os lotes, na avaliação dela, valem mais.
A família já procurou um advogado e também contratou avaliadores imobiliários independentes. Segundo ela, as perícias indicaram valor acima dos R$ 300 mil.
Vanessa reconhece que o montante pode ser considerado alto. “Como pode dar uma diferença tão grande? [em relação aos R$ 185 mil]”, questiona.
Segundo ela, a família quer ser chamada para um acordo, para que tudo seja explicado de forma clara. Vanessa diz que não existe interesse em judicializar o processo, o que poderia arrastar-se por décadas na Justiça, mas não há como aceitar tão baixo valor.
Vanessa diz que a mãe dela, antiga proprietária, pegou várias enchentes enquanto morava no local. Além disso, o terreno foi “comido pelo rio”, e a “prefeitura nunca veio ajudar”.
Segundo a herdeira, a sua mãe tinha um porto de areia nos lotes. Uma irmã também morou num dos lotes, em uma meia-água. Existe, também, um galpão onde são guardadas ferramentas e um caminhão velho no local.