A família na berlinda
Estamos vivendo, em Brusque, a Semana da Família, organizada pelo Grupia, que reúne as igrejas cristãs, ministério público, poder judiciário, órgãos do poder executivo e Educação, OAB e comunidade em geral. O Grupia que, há tempos, vem sendo um baluarte na defesa da infância e da adolescência, empreende uma luta que, às vezes, parece inglória. As […]
Estamos vivendo, em Brusque, a Semana da Família, organizada pelo Grupia, que reúne as igrejas cristãs, ministério público, poder judiciário, órgãos do poder executivo e Educação, OAB e comunidade em geral. O Grupia que, há tempos, vem sendo um baluarte na defesa da infância e da adolescência, empreende uma luta que, às vezes, parece inglória. As forças que objetivam destruir a família são poderosas demais e estão disseminadas por todos os lados.
Sempre houve choques de gerações e problemas de relacionamento em praticamente todas as famílias. Mas o espetáculo que vimos assistindo há algumas décadas não tem precedente. Lembro-me de uma “moda de viola”, da década de 1970, que já manifestava o espanto pelo fato de “os filhos de hoje em dia já não obedecerem aos pais”. Se o “hoje em dia” já era complicado há quarenta anos, o que diríamos dos dias atuais, nos quais os filhos rebeldes daquela época já são avós?
De fato, é impressionante como, no espaço de duas ou três gerações, tantas estruturas tenham sido desmanteladas. Os pais e as tradições passaram a representar o atraso e a “repressão”.
Ora, um dos objetivos fundamentais da Educação é ensinar o indivíduo a dominar-se a si mesmo, para que sua parte racional e espiritual não sejam controladas pela parte instintiva. É evidente que isso não se faz sem autoridade, controle e disciplina. Quanto essas palavras passaram a ter todo o peso negativo que a “repressão” assumiu no imaginário das pessoas, as concepções educacionais mudaram muito rapidamente, auxiliadas por teorias que já vinham se consolidando muito antes.
O que vivemos hoje em termos de cultura e educação é resultado desse processo. Os meios de comunicação banalizaram e oficializaram as expressões mais chulas e a quase total ausência de inteligência como músicas e programas de sucesso. O nível da formação intelectual escolar caiu tanto, que é difícil imaginar que nossos jovens comuns tenham mesmo passado tantos anos frequentando escola.
Por outro lado, a diversão se tornou, praticamente, o objetivo de vida das pessoas.
Para as famílias, a formação religiosa que, apesar de suas deficiências, sempre foi uma ajuda imprescindível, se perdeu ou se deteriorou no meio desse vendaval de decadência.
Para os pais, e para quem pretende um dia constituir uma família, está mais que na hora de parar para refletir com mais seriedade acerca dessas coisas. Precisamos conhecer as raízes desse movimento, seus principais autores e disseminadores, para reconhecermos as formas sutis, mas vigorosas, com que ele se tornou hegemônico na cultura atual. Nosso futuro será extremamente sombrio se não conseguirmos reverter essa tendência.