Famílias de Brusque abrem mão das férias para acolher animais abandonados

No entanto, associação de proteção ao animais do município conta com poucos voluntários cadastrados

Famílias de Brusque abrem mão das férias para acolher animais abandonados

No entanto, associação de proteção ao animais do município conta com poucos voluntários cadastrados

O período do fim do ano é sinônimo de festas e férias, mas é também quando aumenta consideravelmente o número de animais abandonados em Brusque. De acordo com a Associação Brusquense de Proteção aos Animais (Acapra), nesta época do ano, o índice de abandono triplica no município.

Muitas famílias abandonam os animais porque neste período vão viajar de férias e não querem se preocupar com o animal. Aí, a ‘solução’ encontrada por muitos é o abandono em locais distantes da residência para que não haja o flagrante.

Esta ‘solução’ encontrada pelas famílias acaba virando um problemão, principalmente para a Acapra, que não tem sede própria e conta apenas com a ajuda de alguns voluntários que se oferecem para acolher os animais até que eles sejam adotados novamente, os chamados lares temporários.

Hoje, a associação conta com cerca de 10 lares temporários no município para acolher um grande número de cachorros e gatos abandonados.

O número é extremamente baixo e não dá conta de atender a demanda do município. Por isso, a associação acaba dando prioridade para os animais que estão machucados, para filhotes ou fêmeas prenhas. “Não tem lar temporário pra todos. Entre o saudável e o doente, ou o filhote, somos obrigados a escolher e ajudamos os que precisam mais”, afirma a presidente da Acapra, Lilian Dressel.

Geralmente, quando a Acapra resgata um animal, ele é encaminhado para a clínica veterinária e, após se recuperar, é encaminhado para um lar temporário, onde fica até ser adotado. “Quando as pessoas se oferecem para ser lar temporário, nós explicamos que o animal pode ficar com ela um dia, ou então meses. Tivemos caso de um animal que ficou dois anos no lar temporário até ser adotado”.

Lilian explica que para ser um lar temporário a pessoa só precisa doar um espaço de sua casa para o animal. Todas as despesas veterinárias a Acapra cobre e, se a pessoa não tem condições, a associação também fornece a ração.

A presidente da associação diz que seria fácil pleitear um canil para os animais abandonados da cidade junto ao poder público, no entanto, essa situação não é a ideal. “Não queremos jogar o animal num canil, mas dar a chance de dar uma família a eles. Quem quer adotar um animal, dificilmente vai adotar de um canil. Com o lar temporário, o animal fica mais dócil, em melhores condições”.

Lar para uma família

A dona de casa Tatiane Cristina Barz, 32 anos, também é lar temporário da Acapra há algum tempo. Ela e o marido adaptaram a casa para receber os animais que precisam ser acolhidos. Hoje, ela cuida de uma fêmea mestiça de Chow Chow, a Vanda, e mais seis filhotes.

Vanda foi abandonada com seus filhotes e foi para um outro lar temporário. Os filhotes dela foram adotados e ela foi encaminhada para a fila de castração, mas como a Acapra encontrou outros seis filhotes abandonados e Vanda ainda tinha leite, ela foi tirada da fila de castração para amamentar os filhotes. Ela aceitou muito bem os cachorrinhos e os animais foram então encaminhados para o lar temporário de Tatiane.

“Poder ajudar na recuperação desses animais não tem preço. Aqui eles vivem como se fossem da família, meu filho adora esse contato e até quando puder ajudar, vamos ajudar”, diz.

Tatiane destaca que ser lar temporário é uma forma simples de ajudar a Acapra. “Esta é a forma que encontramos de ajudar os animais. Eu sempre gostei muito de cachorro, meu marido também e meu filho também adora”.

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Crédito: Divulgação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lar temporário de gatos

A artesã Jéssica Ricardo, 25, é lar temporário para gatos há dois anos. Ela decidiu doar um pouco do espaço de sua casa porque sempre gostou muito de animais. Hoje, ela é lar temporário de sete gatos, no entanto, o ideal seria no máximo quatro. “Como estamos com poucos lares, tive que pegar alguns além do ideal. Às vezes superlota porque sempre tem um animal novo”, diz.

Jéssica dá prioridade para gatos machucados e filhotes. Um dos xodós da artesã é o gato Sequela. Ele chegou para ela ainda filhote após ser atacado por um cachorro. Do ataque, o resultado foi uma lesão neurológica grave que comprometeu o seu desenvolvimento.

“O Sequela sofre com convulsões e é o único gato no mundo que não pula. Como é difícil alguém adotar um animal especial, ele acaba ficando, já está comigo há oito meses”.
Para Jéssica, ser lar temporário é muito mais do que acolher e dar água e comida. “Eles chegam muito assustados, e temos que trabalhar o psicológico todos os dias. Além do espaço em casa é preciso dar um pouco de carinho por dia”, afirma.


Calor exige cuidados redobrados com os animais

Com as altas temperaturas dos últimos dias, é preciso redobrar os cuidados com os animais de estimação. Quem costuma passear com o bichinho, é importante que faça o passeio nas primeiras horas da manhã ou no início da noite, porque devido ao sol forte, os animais podem queimar as patinhas.

Também deve-se evitar deixar o animal exposto ao sol, assim como a sua água e a comida.

A população também pode auxiliar os animais de rua, deixando potes com água fresca em locais com sombra para que eles possam se refrescar.


Serviço

Quem quiser se tornar um lar temporário pode entrar em contato com a Acapra pela página no Facebook: facebook.com/acaprabrusque

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