Está agendado para o dia 12 de novembro de 2016 o lançamento do livro cooperativado “Famílias de Origem Alemã no Estado de Santa Catarina – Volume I”, marcando os 188 anos da chegada dos primeiros grupos de imigrantes alemães ao estado. Conheça um pouco mais sobre a história da imigração e sobre o projeto cooperativado. Ainda restam algumas vagas para as famílias de origem alemã que imigraram para SC e que queiram publicar sua história.
Decisão Política
A imigração alemã para Santa Catarina foi fruto de uma decisão política de Dom João VI. Em 1814 um edital convidava europeus e a Carta Régia de 1818 trazia inspiração de cláusulas contratuais que estimulavam a imigração. Após a independência, o Brasil precisava formar seus exércitos e o foco da campanha imigratória passou a ser recrutar soldados e marinheiros mercenários para formar o exército e a marinha brasileiros. Como consequência, entre os anos de 1821 e 1831 (na gestão imperador D. Pedro I), a política imigratória deixou de atrair a vinda de imigrantes agricultores e artesãos.
Brasil: modelo de imigração alemã
Até meados do século XIX, o Brasil possuía extensos vazios demográficos que precisam ser ocupados para garantir o território nacional. Somado a isso, algumas iniciativas de formar colônias de imigrantes no Nordeste, como na Bahia, por exemplo, não deram certo (a) em função do clima – muito quente para os Europeus, e (b) do modelo adotado – grandes propriedades exploradas com trabalho escravo (c) da cultura e (d) de outras situações. Assim, somente após algumas experiências mal sucedidas foi que o governo passou a direcionar os imigrantes para o Sul do país onde as condições se apresentavam mais adequadas para esse modelo de colonização: havia extenso vazio demográfico, o número de escravos era pequeno e o clima era mais favorável aos imigrantes europeus. O modelo adotado foi a fundação de colônias em regiões que não eram ocupadas por grandes proprietários, divididas em pequenas propriedades, onde foram instalados artesãos e agricultores livres. E foi neste contexto que ocorreu o grande afluxo de imigrantes para SC.
A imigração alemã em Santa Catarina
A chegada das primeiras levas de imigrantes alemães aconteceu no ano de 1828 quando, nos dias 7 e 12 de novembro daquele ano aportaram em Desterro (atual Florianópolis) os veleiros Luiza e Marquês de Viana, respectivamente. Naquele tempo, a Província de Santa Catarina se resumia à uma cidade, Desterro, e três vilas: Laguna, Lages e São Francisco e predominava a população de origem lusitana.
Cronologia e origem da imigração alemã em Santa Catarina:
Apesar das primeiras iniciativas de formar colônias alemãs no estado de Santa Catarina datarem de 1828/1829, o maior afluxo de imigrantes aconteceu a partir de 1850, com a fundação das colônias que hoje constituem as cidades de Blumenau, Brusque e Joinville. Foi onde as experiências foram mais bem-sucedidas.
1828: Colônia São Pedro de Alcântara: principalmente da região de Eifel, sudoeste da Alemanha.
1850 – Colônia São Paulo de Blumenau (atual Blumenau): Baden, Braunschweig, Holstein, Hanôver, Pomerânia, Prússia, Saxônia.
1851 – Colônia Dona Francisca (atual Joinville): Holstein, Hanôver, Oldenburgo, Pomerânia, Prússia, Renânia, Schleswig-Suíça
1860 – Colônia Itajahy (atual Brusque): Baden, Hanôver, Oldenburgo, Schleswig-Holstein.
O Estado Novo e a Campanha de Nacionalização em Santa Catarina
Apesar de Santa Catarina ter recebido grande número de imigrantes alemães a partir de 1828, as coisas se complicaram quando – passados mais de 100 anos do inicio da imigração alemã para o estado – a partir de 1930, várias cidades passaram a ser consideradas como “redutos étnicos”. Houve violência e a repressão nacionalizadora perseguiu os que falavam alemão. Escolas alemãs foram fechadas. Funcionários foram demitidos de cargos públicos.
Os ditos “alemães” eram chamados pejorativamente de “quinta coluna” E falar alemão passou a ser tratado como “crime”. Como consequência, muitos imigrantes e seus descendentes deixaram de enaltecer suas origens e de falar do passado das famílias, o que se refletiu durante décadas, quase como um tabu. A língua e a história foram se perdendo, e hoje, não por acaso, pouco se conhece sobre a “história real e particular” dos antepassados.
Famílias de Origem Alemã no Estado de Santa Catarina – Registro histórico
Passados 188 anos, eis que as famílias dos imigrantes alemães que colonizaram as terras catarinenses têm a oportunidade de publicar uma síntese histórica e genealógica de sua família a partir da chegada do primeiro imigrante, participando da publicação do livro cooperativado “Famílias de Origem Alemã no Estado de Santa Catarina”.
As pessoas interessadas em participar do projeto cooperativa podem adquirir uma ou mais cotas do livro (com o espaço básico de três páginas e direito a 10 livros), e cada autor é responsável pelo pagamento da sua cota e pelos aspectos legais do conteúdo que for apresentado. A edição do primeiro livro vai retratar a genealogia de 50 (cinquenta) famílias de origem alemã que colonizaram as terras catarinenses. O custo cooperativado de cada cota do livro (com três páginas e direito a 10 livros) é de R$ 300,00, sendo que o autor cooperativado pode adquirir páginas adicionais (no máximo 4 páginas por família) e também caixas adicionais (R$ 210,00 por caixa com 10 livros).
Complementarmente, em prol da coletividade, é desejável que o projeto receba apoio financeiro de outras pessoas que – através de publicidade nos livros, por exemplo -, patrocinem a impressão de exemplares adicionais que depois serão distribuídos gratuitamente em museus, escolas, bibliotecas e afins.
Interessou? Ainda há vagas. Quer mais informações? Entre em contato com o GenealogiaRS – Pesquisas Teuto-Brasileiras Ltda. (http://www.genealogiars.com).
Não permita que a história da sua família se perca no tempo pois, como disse o Papa Francisco em junho de 2016: “a memória não deve ser suprimida e nem esquecida”. Converse com a família, colete dados, fotografias e depoimentos, registre a caminhada histórica dos seus ancestrais e, em memória e respeito aos que lhe antecederam, publique. Já que você tem a oportunidade, encare o desafio e faça a sua parte. Ajude a revelar e manter a “história real e particular” dos seus antepassados, da história das nossa “Bela e Santa Catarina”.Juntos, nós sempre fomos fortes e fizemos a diferença. Então, MAIS UMA VEZ, vamos fazer acontecer!