Famílias se dedicam para realização da Festa de Maio da Comunidade Luterana
Evento reuniu em torno de 100 voluntários durante o fim de semana
Em sua 84ª edição, a Festa de Maio da Comunidade Luterana ocorreu neste fim de semana, no salão do Centro Evangélico. Durante os dois dias, aproximadamente 2,5 mil pessoas circularam pelo evento. Famosa por oferecer um churrasco saboroso e um cachorro-quente único, a festa reuniu em torno de 100 voluntários, que se doaram para dar brilho ao evento. Apesar da chuva ter tentado atrapalhar um pouco, os fiéis participantes não se intimidaram e marcaram presença por mais um ano.
A família Haacke, por mais um ano, se propôs a servir a comunidade. O patriarca Valdir Haacke, 65 anos, conta que trabalha como voluntário há mais de 40 anos. “Nasci para servir a comunidade e foi assim que fui educado desde pequeno pelos meus pais”, conta. Ele lembra que ainda criança, os pais iam trabalhar na festa e já os acompanhava. Hoje, ele e a esposa Marli, 63, carregam junto os filhos para o serviço voluntário.
Para Valdir, é uma grande alegria poder ver a comunidade progredir. Na Festa de Maio, o voluntário já passou por todos os setores, mas foi na cozinha que mais se identificou. Há 15 anos ele e a esposa se dedicam inteiramente à preparar a refeição dos participantes.
Marli lembra que sua história no voluntariado iniciou há 30 anos e foi repassado pela mãe, que adoeceu e não pode mais ajudar. “Fui aprendendo e hoje eu amo o que faço. Doar um dia na vida da gente é muito bom. Saio daqui uma pessoa melhor, com certeza”, afirma.
Ela acrescenta que no dia a dia costumam aparecer as doenças e dores no corpo, mas quando se está dedicado ao trabalho voluntário, tudo passa, tudo fica de lado. “Aqui a gente não lembra de doença, é tudo uma alegria”, conta.
Neste ano, o filho do casal, Rodrigo, de 40 anos, também se doou mais uma vez para ajudar a comunidade. “Há 15 anos já sou voluntário e venho sempre com meus pais. Para mim é uma realização poder ajudar os outros”, diz.
Pelo segundo ano, Jean Carlos Carminatti, 32, trabalhou na festa por amor. A esposa Ingrid Witkowsky Carminatti, 34, também o acompanhou. “Eu sempre gostei do voluntariado e sempre estive envolvido assim também na empresa em que trabalho, com a associação esportiva”, conta.
No ano passado, Carminatti se convocou, espontaneamente, para trabalhar no evento da Comunidade Luterana. Pelos dois anos, ele ficou com a equipe da bebida. “É muito gratificante, faço de coração, por prazer mesmo”, garante.
Confraternização entre amigos
Os pastores Cláudio Schaefer e Edélcio Tetzner informam que a principal característica da Festa de Maio é o congraçamento de diversas comunidades que se encontram como amigos. “A comunidade de Brusque mantém uma fidelidade com a festa, percebemos isso pois mesmo com chuva, houve grande participação”, diz Tetzner.
Toda a verba arrecadada durante o evento é destinada à manutenção do patrimônio da paróquia Bom Pastor. “Além da finalidade financeira, temos objetivos sociais, que é o trabalho da igreja”, acrescenta Schaefer.
A quantidade de festeiros também é um ponto forte do evento, pois reúne não apenas luteranos, mas também famílias católicas. Uma das tradicionais famílias que é festeira há 22 anos é a da senhora Selma Mafra. “Enquanto viveu ela sempre se doou para ser festeira, todos os anos. Depois, para homenagear a mãe, os filhos e netos passaram a ser festeiros também”, conta o pastor Schaefer.
Coordenador afastado
Durante muitos anos, Sergio Kuchenbecker coordenou a Festa de Maio. Porém, neste ano, por problemas cardíacos precisou ficar afastado.
O filho Gustavo, 33 anos, participou do evento e conta que agora, o pai repousa em casa, mas ficou o tempo todo ligado com a festa. “Ele manda mensagem a toda hora para saber como está. Está angustiado por não poder vir até aqui”, diz.
Gustavo salienta que para a família, a festa é muito importante, pois é uma marca dos Kuchenbecker desde a época de seu avô.
Primeira mulher presidente
Em 154 anos da Comunidade Luterana em Brusque, este foi o primeiro ano em que a paróquia possui uma presidente mulher, Elisa Marizete Ott Holz, 53 anos. “É desafiador, sinto uma responsabilidade muito grande”, avalia.
Assim que assumiu a presidência, Elisa contava com o apoio do ex-presidente Sérgio Kuchenbecker, que ficou coordenando a festa. Entretanto, com o problema de saúde dele, ela precisou assumir também o evento. “Ver todo esse calor humano, essa comunhão de irmãos é muito gratificante. A nossa festa é um momento para matar saudade dos amigos, conversar, comer um bom churrasco”, comenta.