“Fanny, A Rainha da Cidade” lota as quatro apresentações em Brusque

Peça sobre a história da personagem histórica foi sucesso de público

“Fanny, A Rainha da Cidade” lota as quatro apresentações em Brusque

Peça sobre a história da personagem histórica foi sucesso de público

Os quatro espetáculos de “Fanny, A Rainha da Cidade” foram um sucesso de público. O auditório do Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque (Cescb) ficou lotado em todas as apresentações nos últimos dois fins de semana.

O diretor da peça e ator, Everton Girardi, conta que a receptividade do público foi muito boa.

“Estamos muito felizes com a receptividade, desde o início deixamos claro que seria uma grande homenagem, sem julgamento da pessoa ou da figura histórica da Fanny. A nossa grande intenção foi homenagear e trazer este fragmento histórico para mais perto da gente, para que não esqueçamos, porque não conseguimos evoluir sem relembrar e repensar o passado”.

Talita Garcia, que interpretou a protagonista, também recebeu elogios à peça. “Após as sessões, algumas pessoas sempre vieram conversar com a gente e alguns relatos nos deixaram muito felizes e seguros de ter escolhido esse tema, a história da Fanny”, comenta. Em conversas, algumas pessoas também contaram a Talita que se emocionaram ao longo da peça.

Houve algumas críticas negativas nas redes sociais, mas nenhum foi repassada pessoalmente ao grupo. No geral, o retorno foi bastante positivo.

Talita também destaca que a plateia foi muito importante. “As plateias dos dias 23, 24, 30 e 31 foram muito especiais, com uma energia muito positiva. Para quem está no palco, isso é fundamental. O teatro só existe quando há plateia. E a nossa participou ativamente das apresentações, complementando o trabalho”.

O grupo se reunirá no próximo sábado, 6, para definir o futuro. Mas Talita avalia que a cidade pede por mais apresentações.

Ela afirma que o sucesso de público também se deve à imprensa local, que tem dado apoio ao grupo desde “Ao Som dos Teares” e, antes ainda, “A Ilha Deserta”, da Cia Híbridos.

História
A peça contou memórias, histórias e impressões relacionadas à Francisca dos Anjos de Lima e Silva Hoerhann, popularmente conhecida como Fanny, que no século passado esteve à frente de uma das mais famosas casas de prostituição do município, no bairro Santa Terezinha.

Apesar da marginalização da atividade e dos estigmas, Fanny quebrou paradigmas e conquistou o respeito da comunidade.

O texto foi montado a partir de relatos e de entrevistas feitas pela Trama Grupo de Teatro. A história contada nos palcos relata com mais ênfase a origem indígena de Fanny e um episódio em que uma roupa íntima masculina com as iniciais do dono foi encontrada por uma lavadeira da cidade e gerou comentários.

A interpretação de Talita é algo que chama a atenção devido ao jeito de Fanny. A construção da personagem foi feita com base na pesquisa prévia, mas também teve liberdade para que se encaixasse com o contexto da peça.

Anúncio no rádio
Um episódio relatado na peça chama atenção: quando Fanny ameaça anunciar na rádio os nomes dos clientes que deviam no estabelecimento. Essa passagem de fato aconteceu e está no livro “Quando os sinos falavam ao Vale”, de Quido Jacob Bauer.

Entretanto, foi um pouco diferente. O radialista que era amigo de Fanny era, na verdade, Wilson Santos, também da Araguaia. Ela nunca chegou a falar os nomes no ar, pois apenas a ameaça foi o suficiente para que pagassem.

Talita explica que o radialista foi substituído pelo personagem Tavares (alusão a Saulo Tavares) para dar uma referência mais atual para os espectadores.

Quem fez a peça
Autores: Everton Girardi, Talita Garcia e O Grupo.
Direção: Everton Girardi.
Direção de Cenas: Luciano Mafra
Elenco: Arthur Bigliardi (Martinho), Everton Girardi (Arnold; Eduardo),
Fernando Reis (Rico), Janaina Antônia Cavalcante Garcia (Madalena;
Nego Edu), Jenifer Schlindwein (Adelaide; Olga), Juliete Silva (Morena;
Fanny), Luís Henrique Petermann (Pereira; Eduardo), Roner Lucas
(Amadeu; Tavares), Talita Garcia (Fanny).
Figurinos: Andressa Lauz Bigliardi e Juliete Silva.
Confecção de Figurinos: Adelina da Silva.
Cenário: Everton Girardi, Luciano Mafra, Luís Henrique Petermann, Roner
Lucas.
Sonoplastia e Trilha Original: João Guilherme Schaefer Minatti e O Grupo.
Desenho e Operação de Luz: Edson Luiz Albino Junior (Juninho).
Audiovisual: Ricardo Weschenfelder
Maquiagem: Jéssica Tavares e Ícaro Matheus Lima Muniz
Cabelos: Cida Lopes
Recepcionistas: Ederson Simas, Andressa Bigliardi e Jéssica Magalhães
Fotografias: José Luiz Day da Silva
Agradecimento: Tula, Sandra e Vera, do Cescb

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