O uso de blackface ou black power tem se tornado uma fantasia muito comum no Carnaval. Mas a pergunta que não quer calar é: isto se trataria de uma homenagem à cultura negra ou é um ato de discriminação? E outra: será que os negros apoiam essa ideia?
Levantei esse questionamento depois de ler uma matéria sobre uma professora negra que ficou profundamente magoada depois de ser questionada por um “colega”. Qual era a questão? “Posso me fantasiar de você no Carnaval?”. O que você pensaria ao ser estereotipado como uma alegoria de Carnaval?
Fui pesquisar mais casos sobre o assunto e um deles em especial me chamou muito a atenção: uma foto de um casal de jovens brancos (fantasiados de Aladdin e Jasmine) com o filho negro nos ombros vestido de Abu (o macaco de estimação de Aladdin) causou muita polêmica ao circular pelas redes sociais. Curioso, não é?
Se você for branco, pode ser que nem dê bola para a questão e acabe dizendo “eles querem apenas se fazer de vitima” ou “só querem chamar a atenção”. Mas nós, brancos, não estamos no direito de julgá-los. Duvido que você sofra preconceito pela sua cor. Mas, e eles?
Eles, que volta e meia são chamados de macacos. Ou elas, que ficam conhecidas como nega-malucas. Ah!, tem também o adjetivo de petróleo disponível para eles. Ou, quando se trata do cabelo deles, há quem fale de “esponja de aço”. E agora alegoria de Carnaval?
O que eu acho é que, se eles se sentem ofendidos e não gostam desse tipo de fantasia, por que não pensamos melhor e optamos por uma segunda opção?
Gabriela Schwamberger -16 anos