X
X

Buscar

Farmacêutico alerta sobre os perigos de tomar remédios sem orientação médica

Sete a cada dez pessoas se automedicam no Brasil

A automedicação é um habito no Brasil, onde sete a cada dez pessoas se automedicam, conforme pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ) em 2016. As principais causas são simples: não considerar importante o diagnóstico médico e evitar o pronto-socorro, que tem como estereótipo um ambiente lotado e com lentidão no atendimento.

Com as festas de fim de ano e as viagens de férias, mais pessoas buscam a automedicação como uma solução prática para uma dor ou um mal-estar.

“As pessoas procuram medicamentos sem prescrição diariamente, principalmente os de tarja vermelha. Cabe a nós [farmacêuticos] fazermos a melhor orientação possível. Às vezes nos negamos a vender um medicamento e a pessoa faz a compra em outra farmácia, ou pega sobras de medicamento de um amigo ou parente”, explica o farmacêutico Rafael Henrique Bernardelli, da Farmácia do Trabalhador, no Centro de Brusque.

De acordo com Bernardelli, os medicamentos de tarja vermelha mais procurados são anti-inflamatórios e analgésicos, que nem sempre podem ser os mais apropriados aos sintomas.

“As pessoas pedem um remédio que funcionou com a tia, com a mãe, com o vizinho, mas muitas vezes não é bom pra elas. Às vezes deixamos o alerta que alguma dor, alguma sensação diferente já pode ser efeito da medicação sem receita”.

Um levantamento do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Universidade Estadual de Campinas-SP (Unicamp) constatou que a maioria dos casos de intoxicação são causados pelo uso de medicamentos, até mesmo alguns comuns, como antitérmicos. O estudo foi feito neste ano, baseado nos 5.420 atendimentos realizados no Ciatox.

Além do risco de intoxicação, a automedicação pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico. “As pessoas acham que tudo é dor, generalizam a dor. Mas elas têm causas diferentes. As pessoas procuram muito anti-inflamatório de tarja vermelha, que precisam de orientação médica”, critica Bernardelli.