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A farra e o berro

Em 2003, no primeiro ano do governo Lula, um colega da Unifebe, que estava em Porto Alegre, com bolsa de doutorado na Universidade Federal daquela cidade, teve que voltar a Brusque, porque a bolsa foi cortada. Lembro-me de que essa foi uma das minhas primeiras decepções com o governo do PT (a menor delas, claro). […]

Em 2003, no primeiro ano do governo Lula, um colega da Unifebe, que estava em Porto Alegre, com bolsa de doutorado na Universidade Federal daquela cidade, teve que voltar a Brusque, porque a bolsa foi cortada. Lembro-me de que essa foi uma das minhas primeiras decepções com o governo do PT (a menor delas, claro).

Nos anos que se seguiram, foram cortes e mais cortes, tanto em educação quanto em saúde, enquanto Lula e Dilma torravam nosso dinheiro financiando países socialistas pelo mundo afora. E onde estavam os “intelectuais” universitários daquela época? Onde estava a imprensa, que mal e mal anunciava que tinha havido algum corte?

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Pois bem, por questão orçamentária, o governo Bolsonaro anunciou cortes na área da Educação. E que milagre! Os “intelectuais” acordaram! Perceberam que é preciso levar Educação a sério! Não era sem tempo. Eu estou há dez anos, nesta coluna, berrando contra o sucateamento da Educação, cujo nível é rasteiro, perdendo para países miseráveis, que vivem em guerra civil. Mas enquanto o PT estava no governo, os professores universitários “intelectualizados” e os alunos “críticos e conscientes” sequer se davam conta de que estavam sentados num monte de sucata. Que milagre os fez acordar agora?

A cleptocracia irresponsável dos governos petistas mergulhou o país numa crise fiscal sem precedentes. Nossa dívida aumentou monstruosamente, enquanto o governo financiava obras em Cuba, na Venezuela, em Angola, e ainda dava dinheiro para crápulas como os donos da JBS. Agora, o que o governo precisa fazer com mais urgência é equilibrar as contas públicas.

Do contrário, o país quebrará em breve. Se não houver ações urgentes e firmes, como a reforma da previdência, os investidores vão fugir, e teremos mais quatro anos perdidos. Mas eu não tenho dúvidas de que é isso que querem os lulistas que foram às ruas na semana passada, para reclamarem do que antes, por algum lapso, nunca haviam reclamado. Enquanto o governo que eles apoiavam fazia a farra eles se fingiam de mortos, agora estão berrando.

A grande estrela da política, a incomparável Gleisi Hoffmann, faz discurso de estadista, como se seu partido não fosse o grande responsável pela bancarrota que nos ameaça. Aliás, basta olhar para o estado do Rio Grande do Sul e para o município de Porto Alegre para ver o que significa governar qualquer coisa pós PT. Mas será que os estudantes que estavam nas ruas na semana passada sabem disso? Se não sabem, ou não querem saber, então se enquadram perfeitamente no que disse o presidente sobre eles.

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E não pensem que estou defendendo o governo. A não ser pela promessa de austeridade fiscal, o governo está tateando. O Ministério da Educação, até agora, não apresentou nada de concreto que sinalize melhora nessa área. Estão mais guerreando no twitter do que governando de fato.

Mas se esse governo não conseguir devolver a credibilidade ao país, pelo menos na área fiscal, todos sofreremos as consequências. O aperto nos cintos, em todas as áreas, é inevitável. Aliás, quem não matou aula de matemática deveria entender isso sem muito problema.