Fé até de madrugada: missas especiais com jovens lotam Igreja Matriz em dia de semana
Jovens chegam a ocupar escadaria do altar da igreja para liberar espaço
Jovens chegam a ocupar escadaria do altar da igreja para liberar espaço
A missa com os jovens é uma celebração mensal na Igreja Matriz que começou há dez anos e ocorre sempre na última quinta-feira de cada mês. Recentemente, porém, tem sido registrado um grande número de fiéis na missa, que muitas vezes avança no início da madrugada, mesmo em dia de semana.
A celebração inicia sempre às 22h30, mas os lugares começam a ser ocupados por volta das 21h45. O padre Rodrigo Tascheck é o atual celebrante da missa com os jovens. Ele comenta que os fiéis abdicam do tempo de lazer durante a semana para vir à missa especial destinada a eles.
“A missa com os jovens já existe há dez anos e começou na época da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em 2013. Em preparação à jornada, algumas paróquias começaram com este movimento. Missa é sempre missa, mas nós destinamos uma missa ‘no estilo jovem’”, explica o padre.
Em uma missa com os jovens recentemente, foram entregues velas para os fiéis. O público foi tão grande que faltaram velas. Os bancos da igreja também não foram suficientes, momento em que os jovens passaram a ocupar a escadaria do altar da Matriz.
“Normalmente o jovem ocupa o último lugar, mas na missa com os jovens é o inverso. A missa começa às 22h30 e eles chegam às 21h45 para pegar os primeiros lugares”, conta Gizele Petermann, que atua no setor Juventude da Paróquia São Luís Gonzaga.
A missa ocorre neste horário em razão dos compromissos que os jovens possuem, como os estudos na faculdade de noite. Sendo assim, a intenção é que o horário da missa não coincida com o horário de trabalho e faculdade.
Rodrigo comenta que a missa é destinada a “jovens de espírito”, ou seja, a todos, mas reconhece que o “público-alvo” são os jovens de idade, que é a maioria dos fiéis que participam da missa.
“Trabalhar com jovens é arriscado. Achávamos que o jovem não tinha comprometimento, mas o jovem não tem comprometimento com aquilo que ele não conhece. A partir do momento que ele conhece, ele vai pegando gosto e dá a vida por aquilo”.
A celebração não acaba em uma hora exata e pode chegar até 1h30, por exemplo. Houve um tempo em que poucas pessoas frequentavam a missa com os jovens e a celebração parou de ser realizada no período da pandemia, sendo retomada posteriormente.
“[A igreja lotada] é um desespero positivo. A gente não sabe o que fazer e chama o povo para frente”, afirma Rodrigo. “O padre Diomar [Romaniv, pároco] sempre fala: ‘quando chamamos um jovem, o jovem traz outro’”, completa o sacerdote.
As dinâmicas sempre estão presentes na missa com os jovens. Atualmente, é realizada a dinâmica da casa em construção. São montados cômodos de residências dentro da igreja para representar “a casa interior” de cada jovem.
“Até junho, tínhamos dinâmicas diferentes. A partir disso, começamos com a casa”, explica Gizele. “É o rito da missa, mas dentro do rito nós temos uma dinâmica que fala sobre uma casa sendo construída”, complementa Rodrigo.
O padre afirma ainda que escuta jovens dizendo que não frequentam missas por considerarem que se trata de um merecimento. Rodrigo nega o “senso comum” de que pessoas não podem ir à missa por terem feito algo de errado.
Ainda segundo o sacerdote, o processo de reconstrução que a dinâmica passa é justamente esse: restaurar “a casa interior”. O objetivo é que a dinâmica, que começou em julho, siga até dezembro.
“A princípio, seria a reforma de uma casa como todo. Montamos a primeira casa e ela pareceu uma sala. A partir daí, mudamos a dinâmica. Em cada cômodo, é abordado um tema”, detalha Gabriel de Souza, que também atua no setor Juventude da paróquia.
Os jovens levam para a missa uma chave qualquer para simbolizar a chave da tal casa. Em cada celebração é amarrada uma fita nela. Nas redes sociais, há jovens que postam fotos da chave. Segundo o padre, isso gera curiosidade por parte de outros jovens.
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