Fé mobiliza fiéis em peregrinação entre Brusque e Nova Trento na Sexta-feira Santa
Com o Santuário Santa Paulina como destino, muitos vão a pé, de bicicleta e até de carroça e a cavalo
Após sobreviver a um câncer, a moradora de Brusque Vânia Regina Maurer, de 50 anos de idade, faz anualmente na Sexta-feira Santa a peregrinação até o Santuário Santa Paulina, em Nova Trento. Para ela, que realiza o trajeto na manhã desta sexta, 15, o caminho é feito por gratidão.
“O meu agradecimento é primeiro a Jesus, que fez tudo por nós e estamos aqui e pela vitória contra o câncer. Essa é uma caminhada de fé e de agradecimento. Já são umas 20 vezes que subo essa estrada aqui”, diz ela, na rua José Dada, uma ligação antiga entre os dois municípios.
Vânia faz parte do grupo da família Martinenghi, moradora do Jardim Maluche, que realiza essa peregrinação há 12 anos. “Nós começamos em 2010 com uma turminha, alguns desistiram e outros mais entraram. Fazemos por fé, é um dia de oração e sacrifício”, comenta Dalmira Martinenghi, 66.
Sobrinha de Dalmira, Daiane Pedrini, 16, enfrentou o frio para acompanhar os familiares. “Eu gosto de caminhar neste dia e faz uns cinco anos que eu faço. Está frio, vamos tremendo, mas continuamos. A inspiração deles me motiva”, completa.
Elas fazem parte dos milhares de fiéis que são reunidos pela fé na peregrinação que passa pela estrada de chão batido. Muitos são de municípios da região, que percorrem incontáveis quilômetros até o Santuário, mas boa parte são moradores de Brusque.
Devoto a Santa Paulina, o morador do Dom Joaquim Maurício Radavelli, 31, vai até o Santuário de carroça. Ele conta que faz o caminho há anos. “É o nosso lazer, gostamos de ir na Madre Paulina a cavalo. Nós sempre vamos, adoro ir na missa lá. No último final de semana de agosto vamos de novo e aí sobe a tropa toda”, diz.
Junto dele, está o amigo Alex Cesari, 43, que levou a filha Alice, 11, moradores do Rio Branco. “Nós já participamos há mais de 10 anos, de pé, bicicleta, mas agora viemos mais a cavalo”, relata Alex.
Já Alice participou nos últimos dois anos. “Na primeira vez que vim fui a pé, ano passado eu participei da cavalgada. No final eu me sinto bem, acho muito legal”, complementa.
Há 20 anos, o adepto do mountain bike Maicon Carminati, 38, realiza a peregrinação. Porém, ele trouxe o filho Henrico, de 10, pela primeira vez nesta sexta.
Segundo Maicon, além da boa parceria no trajeto, que contou com a participação do vizinho Deveid Wesley Oliveira Czelen, 19, a ida de bicicleta até Santa Paulina já faz parte da programação da família.
“Além da fé, a tradição traz uma sensação de paz, traz tranquilidade”, comenta Maicon. Já Henrico revela que teve momentos que pensou em desistir, mas conta que vai finalizar a peregrinação até Nova Trento. “Vou ficar feliz”, completa.
Promessa e gratidão pela fé
Das milhares de pessoas que fazem a peregrinação, muitas cumprem promessas, desde para a cura de doenças, em homenagens a um familiar que já faleceu, ou até para agradecer a recuperação após um momento difícil. É o caso da moradora do bairro São Pedro, Magda de Oliveira, 39, que faz o caminho desde 2009.
“Em 2008 perdemos a casa em um desmoronamento de terra. Então, a primeira motivação foi a promessa por ter conseguido reerguer a casa. Tivemos perda parcial, ficamos 8 meses fora da residência. Tivemos a graça de reconstruir e tudo se ajeitou”, conta.
Junto dela, está a amiga Valdirene Paixão, 47. “É o meu segundo ano, vim por parceria, gostei e estou aqui de novo. Na primeira vez já foi muito bom”, comenta. “É gratificante, depois do primeiro ano, que é pela promessa, a gente acaba vindo de novo pela gratidão mesmo. A gente vem, porque enquanto tivermos que agradecer estaremos aqui”, finaliza Magda.
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