Fechamento da Casa de Passagem é contestado na Câmara de Vereadores
Oposição cobra manutenção do serviço; para líder do governo, porém, assunto está encerrado
Depois que a Secretaria de Saúde lançou o edital para credenciar clínicas para tratamento de dependentes químicos e, por consequência, o fechamento em definitivo do Abrigo Institucional, conhecido como Casa de Passagem, marcado para o dia 30, vereadores oposicionistas voltaram a contestar a medida. Para o governo, porém, o assunto não será rediscutido.
“Deixa-me triste ouvir como boa notícia o fechamento da Casa de Passagem”, disse a líder do PT, Marli Leandro. “O gestor precisa ter um olhar para todas as questões, precisa dar conta das demandas, e a assistência social é uma das mais importantes, ela olha para quem mais precisa”.
A vereadora alega que a medida adotada pela prefeitura (clínicas e unidades terapêuticas) deixa de fora dos cuidados da assistência social aqueles moradores de rua que não são usuários de drogas.
“E os demais voltam a dormir nas praças, nas marquises. Nem todos são drogados ou alcoólatras. Os que não são, para onde serão encaminhados? Essas respostas a gente precisa dar”, afirmou a vereadora. Manifestação semelhante fez o colega de partido e líder da oposição, Valmir Ludvig.
Assunto encerrado
Para o líder do governo, Alessandro Simas (PR), o assunto está encerrado, e o governo não irá rediscutir o fechamento da Casa de Passagem. Ele diz que, quando o atual prefeito assumiu o cargo, foi o primeiro a pedir a ele o fechamento do espaço. “Não se justifica, de forma alguma, gastar R$ 65 mil para a pessoa ficar permanentemente dormindo, tomando banho, vivendo na rua bebendo e fazendo baderna”, afirmou.
Ele diz que o dia 30 deste mês está mantido como data definida para o encerramento das atividades, e afirma que os moradores de rua que quiserem ajuda terão apoio da prefeitura, seja por meio de clínicas ou de aluguel social. Simas informou, também, que a dotação orçamentária utilizada para manter a Casa de Passagem será realocada para a Secretaria de Saúde.
Para o vereador Ivan Martins (PSD), a casa “nunca foi de passagem, mas uma hospedagem”. “O pessoal se acomodava e ali ficava à custa do poder Executivo. Se a prefeitura não tem condição de ressocializar as pessoas nesta hospedagem, fez o convênio com instituições que fazem isso”, afirmou.