Fechamento de parques deixa turistas sem opções de lazer em Brusque
Pela primeira vez em 24 anos Zoo fechou entre Natal e Ano Novo; prefeitura alega problemas financeiros
Pela primeira vez em 24 anos Zoo fechou entre Natal e Ano Novo; prefeitura alega problemas financeiros
Ismael Valle foi com o filho ao parque das Esculturas às 13h45 do dia 26, no entanto, o morador do Santa Terezinha teve de voltar para casa. O espaço e o parque Zoobotânico, os dois principais pontos turísticos de Brusque, permaneceram fechados durante o período de festas, quando há mais turistas na cidade.
Valle lamentou o fechamento do parque. “Vim trazer o meu filho, mas agora o jeito é pegar o carro ir para a praia”, afirmou diante dos portões fechados. Apenas um vigia estava ali para informá-lo de que o parque só reabrirá ao público no dia 2 de janeiro.
Antes de ir para o parque das Esculturas, Valle já havia ido com o filho ao Zoobotânico, porém, também não teve sucesso. O morador de Brusque lamentou a falta de opções de lazer gratuitas na cidade.
De acordo com Luíz Inácio Cardozo, o vigia do espaço, muitas pessoas além de Valle compareceram no parque antes do Natal. Pessoas de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e até do Amazonas quiseram apreciar as esculturas, mas não puderam.
“É uma vergonha deixar isso fechado”, afirmou o vigia. Para ele, o espaço poderia ter permanecido aberto, uma vez que os vigias continuaram a trabalhar normalmente. As guias do parque é que estavam em recesso.
Embora fosse a favor de deixar o parque aberto, Cardozo manteve o portão fechado e explicou a determinação aos visitantes. Alguns deles pediam, pelo menos, para fazer fotos, mas não foi possível.
A situação não foi diferente no Zoo. No dia 26 à tarde, apenas um funcionário técnico permanecia no espaço, o coordenador Rodrigo de Souza. Segundo ele, essa foi a primeira vez em 24 anos de fundação que a instituição ficou fechada entre Natal e Ano Novo.
O Zoo tem como uma das suas finalidades atrair turistas para Brusque. Souza admite esse fato, porém, justifica que o fechamento foi necessário por causa dos custos e da troca de governo.
É preciso uma grande estrutura para manter o Zoo funcionando, como tratadores, biólogos e outros profissionais. Como a prefeitura estava em recesso, muitos deles não foram trabalhar.
Souza explicou que foi aberto mão do atendimento ao público e se priorizou a manutenção dos serviços essenciais para não deixar o serviço prejudicado. “Foi a melhor forma encontrada para não atrapalhar a instituição”.
Um taxista que trabalha no ponto em frente ao Hospital e Maternidade de Brusque contou que pelo menos dois carros com turistas lhe procuraram no dia 26. Num deles estavam quatro mulheres que queriam ir ao Zoo, noutro, um homem que ia a um shopping do município.
Contenção de custos
O fechamento dos pontos turísticos é reflexo da baixa arrecadação da prefeitura em 2016. De acordo com o então vice-prefeito de Brusque, Rolf Kaestner, a decisão foi tomada para preservar o caixa do município.
“É uma excepcionalidade por causa da troca de governo”, diz Rolf. Segundo ele, manter o parque das Esculturas aberto demandaria pagamento de horas-extras às funcionárias que são guias para o público.
“As horas-extras teriam que ser pagas agora. Queremos entregar a prefeitura sem dívidas ou com pouca dívida, não queremos entregar uma cratera”, afirma o vice-prefeito.
No entanto, o vice-prefeito, que já foi secretário de Turismo, avalia que é uma perda para a cidade o fechamento dos parques. “Claro que é uma opção a menos [para o turista]. Em Brusque, existe pouca coisa para fazer, se o parque das Esculturas e o Zoo estão fechados”, diz.
Para Kaestner, quando a prefeitura passar pelas dificuldades atuais, os parques deverão ficar abertos ao público durante o fim de ano.