Fenajeep é um dos eventos que podem ser prejudicados com interdição do pavilhão
Prefeitura de Brusque pretende iniciar a reforma o quanto antes, entretanto, não pode dar garantias de prazos
Prefeitura de Brusque pretende iniciar a reforma o quanto antes, entretanto, não pode dar garantias de prazos
Os organizadores dos eventos que serão afetados pela interdição do pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof se reuniram na tarde desta segunda-feira, 29, com representantes da Prefeitura de Brusque.
No encontro, a diretora do Departamento Geral de Infraestrutura (DGI), Andrea Volkmann, destacou os trâmites que o governo precisa seguir para realizar a reforma do pavilhão.
De acordo com ela, a administração trabalha com o prazo de até 30 de junho para entregar o pavilhão reformado, se não houver contratempo. Entretanto, não há garantias de que isso ocorra. “A equipe técnica está fazendo o relatório dos danos com fotos para que tudo conste no documento que será encaminhado à Defesa Civil”, diz.
Ainda não há um valor estimado para o conserto do pavilhão e a fonte dos recursos também não está definida. A intenção da prefeitura é buscar recursos da Defesa Civil estadual e federal. “Primeiro temos que ver qual o valor para então ver de onde vai sair os recursos. A princípio não podemos garantir de onde virá”, afirma.
O sargento Etur, do Corpo de Bombeiros de Brusque, foi o responsável por fazer a vistoria que culminou com a interdição do pavilhão. Ele também compareceu à reunião para explicar aos organizadores os riscos de utilizar o local.
“A estrutura está comprometida. As telhas foram deslocadas e oferecem perigo para quem passa aqui por baixo. Também temos rachaduras em alguns pontos. Por isso, decidimos pela interdição até a prefeitura resolver a situação”.
O sargento destaca que é importante que a prefeitura não resolva somente a parte estrutural, que está comprometida, mas também faça outras adequações que há tempos vêm sendo solicitadas. “Temos os sistemas preventivos que estamos exigindo há muito tempo. O pavilhão precisa de uma reforma completa”.
De acordo com o diretor de turismo da prefeitura, Norberto Maestri, o Kito, 19 eventos que já estavam agendados até o mês de junho serão afetados pela interdição do pavilhão. “É uma perda muito grande para o turismo de Brusque. Esse é o nosso centro de convenções, tudo se concentra ali. Vamos trabalhar para que tudo seja resolvido o mais rápido possível”.
Incertezas para os organizadores
Para o primeiro semestre de 2018, muitos eventos de grande porte estavam programados para acontecer no pavilhão. O maior deles é a Festa Nacional do Jeep (Fenajeep), que este ano está prevista para 30 de maio até 3 de junho. A divulgação do evento em toda a América Latina já iniciou, e o presidente do Brusque Jeep Clube, Vilmar Walendowsky, o Negão, está preocupado, já que não tem garantias de que a reforma do pavilhão termine até a data da festa.
“Estávamos divulgando a Fenajeep sem o município-sede, aí acertamos com a prefeitura e decidimos mantê-lo aqui, porque somos bairristas. Já tínhamos acertado também com a família Hoffmann, sobre o terreno da frente. Já estava tudo certo, agora não sabemos”, diz.
Negão afirma que para a Fenajeep, apenas o piso térreo é utilizado para a feira de negócios, por isso, poderia se improvisar. No entanto, o Corpo de Bombeiros foi contundente ao afirmar que todo o pavilhão está comprometido. “O setor público sempre é muito complicado, poderia trocar as telhas e depois ver a reforma geral. Já estamos com tudo locado, tudo organizado, não dá pra mudar de lugar em cima da hora. Vamos ver o que fazer”.
O Mercado de Pulgas, tradicional evento de Brusque, também será afetado com a interdição. O organizador Marcos Merisio afirma que a primeira edição do evento em 2018 estava agendada para 5 de março. São 80 expositores já confirmados, inclusive, alguns já haviam feito o pagamento para a locação do espaço. “Levamos em torno de 10 mil pessoas em cada edição. O pavilhão é um espaço muito bom, não sabemos o que fazer já que já temos os cartazes com a data e o local impressos, vamos fazer uma reunião para decidir o que faremos”.
O organizador do Encontro Nacional de Motos 2T, Edinho Kroth, está com data reservada para o evento desde setembro do ano passado. O encontro está programado para os dias 14 e 15 de abril, porém, ele não necessita da estrutura do pavilhão em si. “Utilizamos mais a área de estacionamento e a parte da rua mesmo, mas isso prejudica muito, porque somos parceiros e utilizamos os eventos para divulgação. Então acredito que vamos perder sem esses eventos”.
Quem também será prejudicada pela interdição do pavilhão é a Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque (Ampebr), já que está programada uma rodada de negócio para o mês de maio e outra para o início de agosto. A entidade fará uma reunião com os associados para decidir o que fará com seus eventos.