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Trajes típicos para Fenarreco geram renda extra

Popularidade de trajes incentiva a criação de pequenos negócios

Quem está pensando em curtir a 30ª edição da Festa Nacional do Marreco (Fenarreco) vestido tipicamente de Fritz ou Frida tem diversas opções para encontrar o traje perfeito. Mesmo faltando três dias para o início da festa, ainda há trajes de todos os tamanhos e modelos nas lojas especializadas de Brusque.

A confecção dos trajes, inclusive, serve como complemento da renda de muitas costureiras do município, que se preparam desde o início do ano para dar conta das encomendas e contribuir para a beleza e a tradição da Fenarreco.

A costureira Geide Teixeira Schultz confecciona pelo segundo ano os trajes típicos femininos para a festa. Ela decidiu fazer o traje após procura dos brusquenses em 2013. “A primeira vez que fiz foi em 2013, para as funcionárias da Hering trabalharem durante a Fenarreco. As pessoas iam na loja e perguntavam do traje, e elas indicavam o meu ateliê. Muitas pessoas vieram me procurar e no ano seguinte eu decidi fazer”, conta.

Em 2014, os trajes venderam bem e a costureira decidiu repetir a dose neste ano. O trabalho com os trajes para esta edição da Fenarreco começou há três meses. “Fiz 200 peças a pronta entrega. Dediquei vários fins de semana confeccionando as peças. Todo o trabalho é feito por etapas, em um fim de semana eu talho, no outro eu costuro, no outro faço o acabamento. Nisso passaram três meses”.

Há duas semanas ela colocou os trajes nos manequins de seu ateliê de costura, no Centro, e desde então, tem vendido muito bem. “A procura é muito grande, principalmente por pessoas mais jovens. Eu faço apenas o traje feminino adulto, mas este ano tivemos uma procura muito grande pelo traje infantil também”.

Em seu ateliê, Geide vende as peças que formam o traje de Frida separadas. “Optamos por vender tudo separado porque as vezes a moça até já tem, mas compra outra peça para diferenciar do ano anterior”, diz.

Quem também tem muito trabalho no mês de outubro é a costureira Rosilene Jaracheski Voss. Ela costura os trajes em casa e vende na loja do marido, a Cooferjako, no bairro Guarani. “Comecei a fazer os trajes há três anos quando mudamos para a nova loja, com mais espaço. Eu fiquei em casa para cuidar da minha sogra e comecei a costurar roupas de festa junina. Aí começaram a pedir o traje típico pra Fenarreco e decidi unir o útil ao agradável”.

Assim, no mês de outubro, a loja de materiais de construção abre um espaço para expor os trajes feitos por Rosilene. “Faço feminino e masculino, adulto e infantil. Eu amo fazer, é muito bom, e quanto mais eu faço, mais se aprende. No começo eu não era muito boa de combinação de cores, mas com o tempo fui aprendendo e eles foram ficando cada vez mais bonitos”.

Rosilene começou a fazer os trajes no mês de fevereiro e recebe a ajuda da filha Fernanda. “Fiz 100 trajes completos. Durante o ano eu vou fazendo para ter a pronta entrega. Aí no mês de outubro faço só sob medida”.

Eduardo já garantiu o seu traje para o desfile desta quinta-feira

Este ano, a costureira afirma que a procura pelos trajes continua grande, assim como nos anos anteriores. Além da venda do traje e dos acessórios, ela também faz a locação. O estudante Eduardo Felipe Roza, 18 anos, já garantiu o seu traje para participar do desfile de abertura da festa. “Vou desfilar com a turma do terceirão da escola João Hassmann. Acho muito bacana esse resgate da nossa tradição. É sempre bom participar”, diz.

Na loja Splendore, a procura pelo traje típico alemão está intensa desde a semana passada. “Este ano, a procura começou um pouco mais tarde, mas já sentimos que vai ser grande também. Acredito que o pessoal está deixando pra ver o traje mais perto do pagamento. Nos próximos dias, o movimento tende a crescer muito”, diz a proprietária da loja, Valdete Gianesini.

Os variados trajes vendidos e locados na loja vem de fora. “Alguns trajes mandamos fazer fora de Brusque e outros nós compramos já pronto. A variedade é muito grande, temos trajes de várias cores e estilos. Temos trajes de veludo, de camurça, de brim, de cotelê e também os bordados. Para cada estilo, um traje diferente”, afirma.

Valdete destaca que a maioria dos clientes pedem ajuda sobre o que é o verdadeiro traje típico. “São raros aqueles que vem e sabem o que comprar, a maioria pede nossa orientação. O comprimento da saia das meninas é até o joelho, mas geralmente as mais jovens querem mais curto, então temos de todos os tamanhos”.

Novo negócio a partir do traje

A costureira Vera Lúcia Machado abriu seu próprio negócio a partir da confecção do traje típico para a Fenarreco. Há três anos ela fez um traje para sua prima e começaram a surgir pedidos. “A propaganda foi boca a boca, comecei a receber encomendas e então abri meu próprio negócio”, diz.

A loja Gataizzibida, na rodovia Antônio Heil, no mês de outubro, vende apenas os trajes típicos femininos. “Fiz 650 conjuntos prontos e já vendi 150. Eu talho, costuro e vendo. As jovens procuram bastante os trajes, e por isso, faço modelos bem diferenciados, em nove cores e vários tamanhos. Temos desde os com cinco dedos acima do joelho, até os mais curtos”.

● Preço dos trajes

Os valores dos trajes típicos variam muito de acordo com a peça que a pessoa quer comprar. No Ateliê da Gê, a saia custa R$ 65, a blusinha R$ 20, o corpete R$ 20, a tiara e a meia R$ 15 cada um. Já na Cooferjako, o traje adulto masculino ou femino (apenas a roupa, sem tiara, chapéu ou meia) sai por R$ 150, já para alugar custa R$ 75. No infantil, o traje custa R$ 100 e a locação fica por R$ 50 para crianças até 7 anos. N aloja Gataizzibida, o traje custa R$ 100.

Já na Splendore, o valor da venda e da locação dos trajes varia de acordo com o tipo de tecido escolhido.

Fritz e Fridas de graça até 21h

Quem for curtir a 30ª Fenarreco caracterizado com traje típico completo entrará de graça até as 21 horas. Após esse horário, será cobrada meia entrada (R$ 5).