Festa de Maio celebra tradição em meio a inovações e modernização

Pelo primeiro ano, evento teve mulher na presidência da paróquia e 10% dos festeiros foram crianças

Festa de Maio celebra tradição em meio a inovações e modernização

Pelo primeiro ano, evento teve mulher na presidência da paróquia e 10% dos festeiros foram crianças

A busca por formas de tentar manter a aproximação comunitária com a Festa de Maio e o dia a dia da comunidade luterana está entre as características mais marcantes desta edição do evento. As medidas são vistas com bons olhos por visitantes, organizadores e religiosos, que indicam as mudanças como uma forma de aproximação.

Para os dois dias de programação, foram mais de 100 voluntários e 65 festeiros. Uma das novidades é que 10% deste número é composto por crianças. “Uma igreja depende dos jovens para ter sequência”, resume a presidente da paróquia, Elisa Holz.

Ela própria é a primeira mulher a assumir o posto no município. “Estamos tentando recriar a cada ano, sem perder nossa tradição e nossa essência. Somos gratos a Deus por este evento”.

Segundo ela, esta abordagem, mais próxima das crianças e dos jovens é uma forma de estimular um aumento na participação deste público no futuro da comunidade. Outra ferramenta está nas atividades desenvolvidas no dia a dia, com diferentes grupos de trabalho.

A leitura é reforçada pelo pastor Edelcio Tetzner. No seu caso, as lembranças de cantos escutados quando criança ainda estão na memória. Efeito que espera ajudar a gerar nas futuras gerações. “As vezes, em um culto, caso uma criança comece a chorar, prefiro falar um pouco mais alto, precisamos que ela cresça dentro de um ambiente de comunidade cristã para querer estar próximo disso quando adulto”.

De acordo com ele, o ambiente criado com o evento e a data tem papel importante na conscientização quanto ao compromisso comunitário. Destaca o carinho de voluntários e visitantes com cada nova edição da festa. Para Tetzner, a dedicação está entre os pontos mais valorizados da programação.

Evento familiar
Diretor da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Cândido Godoy estava entre os visitantes da festa. Pelo ambiente e convivência gerado, o evento é parte da programação anual da família.

Na avaliação dele, esta variedade na composição da organização e gerenciamento da comunidade é peça importante da continuidade da cultura local. Ele compara o processo ao desafio vivido no ramo empresarial.

Marcos Haacke, 53, é morador do bairro Primeiro de Maio e vem para o evento todos os anos. Ele indica o convívio entre as pessoas como uma das principais características da festa, onde é festeiro pelo segundo ano.

Sentimento semelhante traz Everton Raupp, 44, para Brusque há quatro anos. De Florianópolis, ele já reserva o momento do ano para a festividade e aproveitar o convívio com a família da esposa, Carmen Eger, ex-moradora do município.

Mesmo com ela tendo deixado o município há 30 anos, o casal mantém laços com a família e comunidade local. Com o tempo, a ligação com a cidade passou a ser tão natural que ele também auxilia em eventos da Apae de Brusque. “Hoje, sei que, no ano que vem quero estar aqui para ajudar. Já é um compromisso e um orgulho para nós”.

O segredo da cozinha
Em seus 85 anos de história, a Festa de Maio, organizada no Centro Evangélico, se tornou um ponto de encontro de famílias e amigos. Nesta edição, cerca de 2,5 mil pessoas circularam pelo espaço para acompanhar desde apresentações artísticas, à culinária tradicional.

Desde 2004, José Branco, 45, é uma espécie de “guardião” dos detalhes do molho usado no cachorro-quente vendido na festa. Aprendeu a receita com um familiar da esposa enquanto ajudava no setor. A parceria durou três anos.

Até chegar no ponto de receber os outros ingredientes, o concentrado precisa cozinhar por cerca de oito horas. Quando perguntado sobre o que faz o cachorro-quente ser tão procurado, Branco destaca o carinho e dedicação ao voluntariado.

O resultado é tão buscado que, em alguns momentos chegam a precisar de 15 pessoas trabalhando no espaço para conseguir atender os pedidos. Pela experiência, estima o consumo de uma média de 1,5 mil unidades no sábado e um pouco mais de 1 mil durante o domingo. Em uma edição, lembra, chegou a vender 3,5 mil cachorros-quente.

Algumas de suas ajudantes na manhã deste domingo também acumulavam um histórico de dedicação à festa. Ana Maria Branco, 60, há pelo menos 18 anos é voluntária durante o evento. A amiga Doralice Michel, 75, o faz há, pelo menos, 30 anos.

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo