Fiação de postes atrapalha comerciantes no Centro de Brusque
Poluição visual interfere na comunicação dos estabelecimentos, que possuem a fachada tapada pelos fios
Poluição visual interfere na comunicação dos estabelecimentos, que possuem a fachada tapada pelos fios
A quantidade excessiva de fios da rede elétrica e telefônica entre os postes cria um problema para empresários, que possuem estabelecimentos na região central de Brusque.
A falta de um padrão e a poluição visual criadas pela fiação afeta a comunicação visual da empresa de Nivaldo Molverstet, de 44 anos, que está reformando um prédio para abertura de loja, programada para fim de setembro.
O problema foi identificado após a intenção de criar uma fachada para a nova loja. “A quantidade da fiação acaba criando um paredão”, explica.
Molverstet observa o problema em vários lugares no Centro da cidade e, para ele, a fiação exposta impacta negativamente os empreendimentos.
“Você faz um investimento para deixar o prédio bonito para a cidade, e a fiação acaba com tudo”, conta.
Apesar de impactar esteticamente, a quantidade dos fios não consiste em uma irregularidade, de acordo com o diretor do Procon de Brusque, Volnei Montibeller. Segundo ele, no Plano Diretor do município não há nada que aponte essa situação como uma ilegalidade.
Ele cita algumas regulamentações, como por exemplo a aproximação entre os fios da rede elétrica. “A legislação diz que precisa de uma distância entre os fios e isso é respeitado”, explica.
De acordo com o vice-prefeito de Brusque, Ari Vequi, a ideia de implantar a rede de fiação elétrica no subterrâneo voltou a ser discutida na execução das obras de revitalização da praça Barão de Schneeburg, entregue em 10 de agosto.
No entanto, segundo Vequi, o custo para as obras é muito alto. A ideia, contudo, ficará para o futuro, em uma próxima gestão. “Não temos recurso para a inserção subterrânea no nosso mandato”, conta.
O gerente regional da Celesc Claudio Varella conta que em Brusque existe uma rede subterrânea em baixa tensão, entre 220 e 380 volts. Ela está situada na avenida Cônsul Carlos Renaux, próximo a Livraria Graf.
Ele explica que a possibilidade de implantação dos cabos elétricos no subterrâneo nasce da iniciativa da prefeitura. “Tem que fazer um convênio, que é chamado de Protocolo de Intenção, junto com o governo do estado”, diz.
Segundo ele, a partir disso a prefeitura precisaria elaborar o projeto e conversar com o governo estadual em busca de uma parceria.
Vequi explica que, além de muito caro, não seria viável colocar as fiações abaixo do solo neste momento, pois o processo de inclusão de rede de tratamento de esgoto no Centro está ocorrendo.
O Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para as obras de implantação do sistema de esgotamento sanitário no município está em andamento, segundo Vequi, dez empresas irão apresentar os respectivos projetos, para seguir na etapa de licitação.
As obras, porém, poderão ficar para o ano que vêm. “Não vale a pena quebrarmos tudo agora, as calçadas, para passar a fiação, sendo que depois vamos ter que quebrar tudo de novo para fazer as obras de saneamento básico”, explica.
Portanto, o plano sugerido é que, quando o projeto de saneamento básico estiver encaminhado, que seja feita uma licitação junto para essa obra.
“É uma ideia que possa estar em um plano futuro, ainda não está discutido politicamente”, finaliza.