“Ficamos em pânico, mas agimos calmamente”, diz moradora de Brusque vítima de ônibus assaltado
Passageira de ônibus que seguia para São Paulo relata como foi o assalto
Passageira de ônibus que seguia para São Paulo relata como foi o assalto
Uma moradora de Brusque que estava no ônibus com destino a São Paulo, que foi assaltado na madrugada desta quarta-feira, 12, relatou os momentos de pânico durante o crime.
Maria Aparecida Franco Gomes, de 48 anos, explica que quatro assaltantes entraram no ônibus, sendo que dois ficaram no andar de baixo e dois no andar de cima. Os criminosos andaram com os passageiros durante um percurso, seguidos por um carro Versa branco. Maria acredita que haviam cinco envolvidos no crime e que um estava no carro.
Ela diz que conseguiu esconder o celular nas costas, jogou a bolsa embaixo do banco e colocou a aliança de casamento dentro das vestes. No entanto, o celular da filha, Bianca Kaitrin Gomes Machado, 16, estava carregando em cima do banco e por isso foi levado pelos criminosos. “Eles não descobriram, não acenderam a luz para roubar nem nada. Eles não pareciam ser profissionais e estavam com cheiro de pinga”.
Segundo ela, durante todo o percurso feito com a presença dos assaltantes, eles ameaçavam os passageiros. “Eles falavam que se não déssemos dinheiro ou celular, eles iriam dar pipoco na cabeça de todo mundo, tanto que um moço demorou para entregar o celular e levou um tapa na cabeça”, relata.
“Quando eles acabaram de assaltar aqui em cima eles começaram a bater o pé (no chão) para o motorista parar. O motorista parou e eles saíram correndo. Nós ficamos em pânico”, conta.
Depois que os assaltantes saíram do ônibus, o veículo parou no primeiro pedágio após a BR-116. Lá os passageiros acionaram a polícia e explicaram toda a situação. O assalto ao ônibus em que Maria estava ocorreu antes da tentativa de assalto ao segundo ônibus, que acabou com a morte de três envolvidos.
Os policiais informaram que para os passageiros fazerem um boletim de ocorrência dos itens levados, seria necessário voltar para o Paraná. Por isso, eles fizeram apenas um boletim de ocorrência do assalto.
Maria embarcou em Brusque e foi até Blumenau, onde o ônibus da viação Catarinense foi trocado por um da 1001. A explicação dada aos passageiros é que não havia carro para ir para Tietê devido os alagamentos que atingiram São Paulo.
Por isso, os passageiros precisaram esperar o novo veículo na rodoviária de Blumenau por aproximadamente uma hora. Com isso, houve um atraso na partida do ônibus.
Maria mora em Brusque há seis anos, mas é natural de Piracicaba, no interior de São Paulo. Ela viaja com frequência para a cidade para visitar os familiares, mas nunca passou por uma situação parecida.
“Eu só rezava. Ficamos em pânico, mas agimos calmamente. Depois que nós paramos e ligamos para polícia, eu desabei”, explica Maria ainda abalada com a situação.
A passageira diz que fará um boletim de ocorrência quando chegar no destino final. Até o momento, ela conseguiu bloquear o celular da filha. Segundo ela, um passageiro conseguiu rastrear o celular que foi roubado, e aparentemente está em Itaquari, na sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Ela e os demais passageiros desembarcaram em São Paulo no final da manhã desta quarta-feira. Ao chegar na rodoviária, Maria foi informada que os itens foram recuperados, mas que é preciso registrar o boletim de ocorrência para receber o celular roubado.
“Eles mandaram um pessoal da Catarinense para verificar e conseguir recuperar nossos pertences”, finaliza.