Fiéis reclamam da dificuldade em ouvir dentro da Igreja Matriz São Luís Gonzaga

Tempo excessivo que o som ecoa dentro do prédio pode ser o problema, explica especialista

Fiéis reclamam da dificuldade em ouvir dentro da Igreja Matriz São Luís Gonzaga

Tempo excessivo que o som ecoa dentro do prédio pode ser o problema, explica especialista

A acústica da Igreja Matriz São Luís Gonzaga, no Centro de Brusque, dificulta a compreensão dos fiéis. Desde que as missas começaram a ser celebradas na atual estrutura, em 1962, são frequentes as reclamações por parte da comunidade.

O atual pároco, padre Magnos Caneppele, diz, inclusive, que há pessoas que deixam de ir à igreja devido a dificuldade em entender o que é dito, e que o eco dispersa a atenção. Segundo ele, existe um problema estrutural no local, devido à altura (40 metros) e por ser de pedra. O padre conta que já foram realizados mais de dez modificações na acústica – duas em três anos que está na paróquia -, e que alguma melhora se teve, porém, o problema ainda não foi resolvida totalmente.

“Aprimoramos configurações de mesa, microfones, caixas de som, para amenizarmos estes ruídos”.

Caneppele afirma que há um estudo em andamento para viabilizar outro sistema de som, mas para a implantação é preciso de uma garantia que irá funcionar. Ele conta que como a igreja é histórica e faz parte do acervo do patrimônio do município não é possível mexer na sua estrutura, por isso, o que seria possível é a colocação de aparelhos mais modernos. No entanto, segundo o pároco, os custos são altos: acima de R$ 130 mil.

Ele ainda diz que a matriz finalizará o estudo, mas não há previsão de quando poderão ser realizados os ajustes pertinentes. Além disso, será necessário analisar maneiras de custear o valor do investimento.

“Aprimoramos configurações de mesa, microfones, caixas de som, para amenizarmos estes ruídos” – Magnos Caneppele, pároco da igreja

Tratamento acústico

O doutorando em Conforto Ambiental e professor de Conforto Ambiental do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Rafael Cartana, diz que locais com grande dimensão, como igrejas, podem ter problema de tratamento acústico.

Ele afirma que quando o ambiente tem um grande volume interno (metros cúbicos), provavelmente pode ter um problema de excesso de tempo de reverberação, ou seja, “o som ecoa dentro da igreja por tempo excessivo”, explica.

O professor ainda diz que a reverberação dentro do espaço é muito grande, o som permanece no ar por muito tempo, o que dificulta a compreensão. Atrelado à isso, há ausência de material absorvedor. “Se a igreja está cheia há um comportamento acústico melhor, por que as pessoas funcionam como absorventes acústicos, as roupas absorvem sons, por isso a acústica é melhor no inverno, por exemplo”.

Solução

Para ele, a instalação de materiais acústicos absorvedores nas paredes melhoraria o problema. Cartana diz que a colocação em partes da estrutura já melhoraria a acústica. Em média, o custo é alto, varia em torno de R$ 100 o metro quadrado deste material. “Com certeza já faria algum tipo de intervenção no local com a instalação destes absorvedores”.

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