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Filha homenageia o pai falecido com fotos em suas viagens pelo mundo

Carolina de Mello usa a carteira de identificação do ex-diretor do parque das Esculturas, Ivon de Mello, para fotografá-lo em pontos turísticos

Filha homenageia o pai falecido com fotos em suas viagens pelo mundo

Carolina de Mello usa a carteira de identificação do ex-diretor do parque das Esculturas, Ivon de Mello, para fotografá-lo em pontos turísticos

Após perder o pai em março deste ano, a designer de acessórios Carolina Puel de Mello, de 28 anos, decidiu homenageá-lo de uma maneira inusitada: a cada viagem que faz, ela tira uma foto em um ponto turístico com a carteira de identificação do pai e divulga em suas redes sociais com a frase #IvonNoMundo.

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Carolina sempre foi muito apegada ao pai, o artista plástico Ivon Pereira de Mello, ex-diretor do parque das Esculturas de Brusque, e entre as suas recordações, estão as histórias que ele costumava contar sobre os lugares que conheceu. “Desde criança eu escutava as histórias do pai sobre viagens, ele sempre me incentivou muito. Gostava de conhecer coisas novas e eu peguei isso dele”.

Primeira foto foi tirada em Montevidéu, uma semana após a morte de Ivon / Foto: Arquivo Pessoal
Primeira foto foi tirada em Montevidéu, uma semana após a morte de Ivon / Foto: Arquivo Pessoal

Quando recebeu a notícia de seu falecimento, no dia 8 de março, a primeira coisa que Carolina pensou foi que ela e o pai nunca viajaram juntos, embora gostassem muito. “Sempre planejávamos, mas nunca viajamos. O máximo que fizemos foi ir para São Paulo algumas vezes de carro visitar minha avó”.

Ela conta que uma viagem com o pai estava no topo da lista das coisas que ela pretendia fazer. “Eu tenho um livro que se chama O Livro do Bem, e lá tem um espaço para marcar as 10 coisas que você quer fazer, eu enumerei várias e a primeira da lista era viajar com o meu pai, mas infelizmente não consegui cumprir”.

A ideia de homenagear Ivon em suas viagens surgiu quando Carolina estava arrumando as coisas dele e encontrou a carteira de identificação da época que ele morou em Miami, nos Estados Unidos. Ela decidiu, então, guardar o documento e levá-lo para todos os lugares junto com ela, principalmente em suas viagens.

A Torre Eifel, em Paris, serviu de cenário para a homenagem / Foto: Arquivo Pés
A Torre Eifel, em Paris, serviu de cenário para a homenagem / Foto: Arquivo Pessoal

O primeiro destino de Carolina foi para Montevidéu, no Uruguai. A viagem estava planejada desde janeiro e foi exatamente uma semana após a morte de Ivon. “Como eu sabia que tinha um letreiro escrito Montevidéu, eu pensei que seria perfeito fazer uma foto com o pai lá. Depois, fomos para Punta del Este e fiz outra no monumento A Mão e assim começou”.

A designer faz a foto em locais que o pai gostaria de conhecer. “Sempre publico uma foto por cidade que eu visito, mas eu tenho muitas fotos que eu preferi guardar para mim”. Até agora, Carolina já homenageou o pai com fotos em San Francisco, Los Angeles, Las Vegas e no Grand Canyon, nos Estados Unidos; em Paris, na França; em Londres, na Inglaterra e em Lisboa, em Portugal.

Carolina imagina os locais que o pai gostaria de conhecer  / Foto: Arquivo Pessoal
Carolina imagina os locais que o pai gostaria de conhecer / Foto: Arquivo Pessoal

Carolina geralmente pensa nos locais onde fazer a foto, mas em algumas ocasiões é surpreendida, como foi em Lisboa, em sua viagem mais recente. Ela conta que a primeira opção de foto para a homenagem ao pai na capital portuguesa foi no Castelo de São Jorge, que é o ponto mais alto da cidade. Ela fez a foto no local, mas decidiu não publicar. No outro dia, quando visitou o Marco do Descobrimento, se deparou com uma campanha para ajudar crianças com problemas cardíacos e ali, foi o local escolhido para homenagear o pai, que faleceu após um infarto fulminante. “Tinha a palavra ‘love’ escrita com grades e ao lado uma moça vendendo cadeados. Comecei a ler com atenção o que estava escrito e fui perguntar sobre a ação. A moça disse que estavam trocando cadeados por doações para ajudar crianças com problemas cardíacos, na hora eu comprei o cadeado, deixei o nome do pai e fiz a foto ali. A foto de Lisboa tinha que ser ali”.

Em Lisboa, homenagem foi feita no Marco do Descobrimento / Foto: Arquivo Pessoal
Em Lisboa, homenagem foi feita no Marco do Descobrimento / Foto: Arquivo Pessoal

Carolina afirma que esta foi a forma que ela encontrou para honrar a memória do pai. “Muitas pessoas podem achar estranho o que estou fazendo, mas meu pai não era o tipo de pessoa que ficaria sentado, reclamando da vida porque perdeu alguém, sei que ele continuaria aproveitando a vida e eu penso nisso. Vou continuar aproveitando porque foi isso que ele me ensinou, é isso que estou fazendo”.

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