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Fim de isenção de impostos reflete no preço dos eletrônicos

Crise econômica e alta do dólar também afetam empresas do setor em Brusque

Desde dezembro, os computadores, smartphones, notebooks, tablets, modens e roteadores voltaram a pagar alíquota cheia de PIS e Cofins. Esses produtos estavam isentos desses dois impostos há dez anos por integrarem o Programa de Inclusão Digital do governo federal, existente desde 2005.

O fim da isenção foi publicado no Diário Oficial da União no mês de agosto e passou a valer em dezembro. Com isso, de acordo com a Receita Federal, as empresas do setor agora recolhem 3,65% em PIS e Cofins, dentro do regime não cumulativo, sem a possibilidade de abater créditos, ou 9,65% dentro do regime cumulativo, com a possibilidade de realizar o abatimento de créditos.

O término do benefício já está refletindo no preço dos produtos para o consumidor final. O gerente da Infocenter, Ivo Alan Appel, diz que a volta do imposto refletiu nas vendas do fim de ano e, a tendência é prejudicar ainda mais. “Ainda é cedo para dizer o quanto isso interferiu realmente, porque também estamos passando por essa crise, por isso, há muitos fatores envolvidos, mas com certeza, o fim da isenção é um ponto a mais que contribui para a queda nas vendas”.

Segundo ele, os produtos já estão cerca de 10% mais caros para venda, o que se agrava ainda mais com a alta do dólar. “Não foi só o fim da isenção, no nosso ramo tem a questão do dólar. Se comparar os preços de agora, e de um ano e meio atrás, eles praticamente dobraram. Tenho produtos que custavam R$ 100 e hoje estão saindo a R$ 200”, diz.

O diretor da Infohard, Leonardo Bononomi, afirma que o fim da isenção dos impostos prejudicou muito o setor. “E vai prejudicar ainda mais. Com a isenção, os produtos tiveram uma redução boa para o consumidor final e agora, aumentaram muito o que tem causado bastante prejuízo para o faturamento”.
Segundo ele, além da queda nas vendas, a volta dos impostos pode refletir também no fechamento de empresas do setor. “Muitas não vão conseguir se manter com os impostos e vão acabar fechando. Os novos valores já estão sendo praticados pelos fabricantes e somos obrigados a aumentar também”.

Lei do Bem

Aprovada em 2005, a Lei do Bem foi atualizada em 2013 para incluir smartphones e tablets. Ela oferecia isenção de PIS e Cofins para aparelhos fabricados no Brasil até determinadas faixas de preço. Com a situação econômica do país, o governo federal decidiu acabar com a isenção para aumentar a arrecadação de impostos – a Receita Federal estima receber R$ 6,7 bilhões em 2016 com o fim do benefício.